Reflexo Involuntário

As respostas se aproximam de certezas incompletas, levando à plenitude de uma sanidade ousada e carente de entendimento. Quais são as verdadeiras intenções de um saber quando o que se tem são apenas preceitos de uma realidade almejada, seriam as ofensas, os elogios, as indagações, ou apenas a vontade de se atingir um objetivo, seja ele a promessa de uma vitória, ou mesmo a idealização de um sonho distante e inestimável...

Buscamos o ideal na perfeição, porém na plenitude da mesma, implodimos a felicidade. Por quê? Talvez para viajarmos rumo a oposto de nosso trajeto, talvez adiantamos metas para sanar a difícil arte de se manter inatingido, para que desta forma as estradas da satisfação não sejam tão claras quanto o são... Quantas respostas temos para a indecifrável realidade de nossos universos. Contemplação de adornos e desvalorização de idealismos puros, convictos e estranhos a um mundo pouco explorado: conversas que acariciam o ego e satisfazem a ânsia por respostas sem perguntas, ou seja, a expressão máxima da sintonia; o diálogo de corpo inteiro, que nos faz nobre em vestes pobres.

O que seria então o paraíso sem personagens? Quais foram os momentos memoráveis de uma borboleta cheia de cores e dinamismo? Preferiríamos nós o futuro que ainda clama por aquele passageiro que ficou na estação por falta de um bilhete? Creio que aqui estão momentos de perfeita união, que embora numa diacronia, pertencem ao nosso bom e velho momento. Época de ouro que retrata os melhores prêmios para uma vida de realizações; o “here and now”; o cheiro de um amor desejado e desejável; o calor de um corpo que não precisa ser tocado para ser sentido; a vida sendo o glamour do espírito e a certeza de uma materialização involuntária: vivamos, amemos e que realizações surjam de momentos de total simplicidade e de majestosa criatividade.

São os espelhos determinantes da fisionomia de um rosto, ou qualquer festa ao idealismo carnal? Ou são prisões à que se sujeitam a insegurança e a infelicidade, talvez a arma para uma falsa ameaça, talvez a resposta para perguntas que transcendem o entendimento humano...Queiramos viver do reflexo e não pelo reflexo, exalemos o perfume dos deuses sendo carnais e profanos, voltemos ao interior das almas para que os alvos sejam acertados no centro da felicidade, queiramos a vida, sintamos o gozo, a festa depende do espelho que a jornada nos oferece...

Flyinghard
Enviado por Flyinghard em 24/09/2014
Código do texto: T4974168
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