Sente-se, tome um chá e vá embora

E quando estou sentado, distraído você vEM me visitar.

sEMpre despretensiosamente, como quEM não quer nada, você aparece.

Canso-me com facilidade, sabia? Me distraído outra vez e você vEM... quase sEMpre assim sEM avisar. NEM sei como entrou, mas enfim.... sente-se.

VEM e me beija. Penso EM fugir, não consigo... chego a ter calafrios, tremo e as pernas ficam fracas quando você aparece. Outra vez você veio... você vEM.

Donzela do lixo, és a parte de mim que menos gosto, mas, enfim, és parte de mim...

Tu que degeneras meus castelos de areia, e vem vestida de medo, sempre me faz esconder de tudo. Olho-te nos olhos enquanto conversas comigo, cada movimento seu me deixa mais fraco. Penso EM mudar e cômodo, mas sei que onde for, estarás EM mim, e só será, se Em mim estiver. Sou eu que sou teu, ou tu és minha? Não sei, nEM me importa, pois enquanto for assim: sento-me outra vez e espero. O vento sEMpre passa, a chuva sEMpre para, e assim seguirei meu caminho de novo. Entretanto sei que por mais que ameace partir para sempre, um dia o dia há de escurecer e sEM que eu espere, feito ladrão na noite, feito chuva repentina e torrencial, aparecerás novamente... e assim mesmo passarás.

Donzela das dores, dos dissabores, dos desamores, visita inesperada essa sua. Sente-se, tome um chá; depois vá embora, não se esqueça de fechar aporte e, sobre de tudo, de demorar a voltar.

Recebendo a visita da Esclerose múltipla. 17/09/2014

Matheus Medeiros
Enviado por Matheus Medeiros em 27/09/2014
Código do texto: T4978789
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