PRIMEIRO SONETO
Crônica de VALDEZ JUVAL


Perdão! Mil perdões!
Já estou voltando a ser criança.
Não é assim que acontece com os velhos?

Hoje amanheci declamando, na memória, um POEMA.
Um poema, gente!
Meu primeiro POEMA.

É preciso que se escreva assim para se caracterizar o seu valor para quem escreveu.

Verdadeira OBRA PRIMA! (Entenda-se aqui “prima” como primeira e “obra”, a de qualquer espécie).

Estava despertando para a puberdade.
Começando a compreender os instintos.

Era um mundo novo, girando diferente, sentindo desejos, amando.

Fase boa da vida!

Tudo é desconhecido, misterioso, mas provocante.

Mas tudo passa na vida até que chega a velhice e,... que felicidade! voltamos a ser criança!

Ai surge a esperança...
Esperança ou ridículo?

Pelo menos sou corajoso e transcrevo o meu primeiro “poema”.

Podem rir mas, por favor, não façam escárnio.

COMO É BOM SONHAR!

Que bom é viver,
Sem ter de que chorar.
Ruim é morrer,
Sem ter tempo de sonhar.

Porque no sonho encontro,
Os olhos que tanto olhei,
Os lábios que já beijei
E o corpo que afaguei.

Ao raiar a aurora,
Minha alma emudece
E começa a chorar,

Balbucio baixinho,
Ao Deus do céu uma prece:
Como é bom sonhar.

Ano aproximado da criação: 1945



 
valdezjuval
Enviado por valdezjuval em 04/10/2014
Reeditado em 23/12/2019
Código do texto: T4987312
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