Durante a viagem
Bernardo viajará com os pais.
É quando a ausência é a presença do vazio... Faltará uma luz.
Diz a máxima rosacrucianista: “A sombra é a ausência da Luz”. Assim é que “a escuridão não é e não está”. O que há é a ausência da luz. Alguém acionaria um interruptor para ativar a escuridão? O que se faz é acioná-lo para retirar do recinto a luz!
Bernardo viajará este fim de semana e levará com ele as luzes. Como é possível me deixarem no escuro?
O cavalinho Pocotó me diz que não galopará sozinho porque os campos verdejantes da sala não terão graça sem o bravo cavaleiro; a girafinha cantante dobrará o seu pescoço e dormitará no canto do escritório (a minha Bibliobrinquedoteca!); o Planeta Quadrado, na falta de seu único habitante, não passará de um "chiqueirinho" como outro qualquer e o balanço, de assento cor de abóbora, não balançará este fim de semana.
Estará tudo muito vazio...
O que faz o mundo é a presença das coisas nele; sem o que houver nele não haverá mundo porque não existirá o que nele refletir.
A casa (o nosso Paraíso!) estará sem forma e vazia; haverá negrume sobre a face dos aposentos e o meu ânimo irá pairar sobre as trevas.
Mas sei que o vazio e a sombra me crucificarão apenas durante o sétimo dia da semana e no primeiro da outra, e que a luz retornará, em toda a sua plenitude, na segunda feira...