Conflitos

Passageiros da utopia, psicologia do absurdo! Biografia de uma época de tribos a guetos, de datilógrafos a digitais. Aldeia eletrônica! De caipira Beneditos a mestres eruditos. Uma cruzada contra a poluição da desinformação, uma luta dos herdeiros da monotonia.

A cada carro de boi que se cala vou perdendo minha fala. Quando vejo cada homem sertanejo indo embora pra cidade; e a moça de trança exclama: esse amor dos diabos fez um estrago em meu coração e o tédio se transforma em remédio pra minha solidão.

E a cada laço que se acaba pendurado na parede, vejo de minha rede o choro do sertão e meu braço com saudade do laço abraça a velha viola. Há tanto tempo na cidade não consigo me despedir da saudade. Fiz amizade com tanta gente, mas fui ferido pela língua dos parentes.

Num pesadelo sonhei que o sertão estava sendo invadido pelo modelo da cidade. Na entrada do sertão a porteira sendo aberta acionada por um botão a cada passo perco o compasso diante da aldeia eletrônica engolindo a orquestra sinfônica e os seres humanos debatendo contra o capitalismo para não serem consumidos pelo consumismo.

Diante de tanta evolução, tanta transformação, tanta poluição, a cada caminhão carregado de carvão que passa as florestas, as nascentes e o cerrado gritam pedindo socorro.