Ilusão

Qual cegueira que venda os olhos ou coloca névoa, a ilusão cumpre seu papel. E os dias passam e as horas escoam. Mas, como o tempo tem sempre um tempo, sempre chega o tempo de desvendar, de desvelar, de desnudar. Assim, num simples piscar, a venda cai, a névoa se esvai e, pronto, lá se vai a ilusão. Não, não é a ilusão que costumam falar e viver, dos grandes amores e seus dissabores. É outra... a de acreditar na palavra, no gesto, nas coisas que se apresentam. Mas, também não é a mais pura ilusão, pois sempre de mãos dadas, a dúvida esteve presente. Mesmo assim quando a dita se esvai fica um gosto de não sei o quê, um misto de dó e de raiva, da gente e do outro. O acreditar vai perdendo seu verbo e quem se iludiu, geralmente, perde o prumo. Dizem também que, algumas vezes, a pessoa se ergue e se fortalece. O melhor mesmo é acreditar que o tempo tem sempre um tempo...

MiriamS
Enviado por MiriamS em 22/10/2014
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