Sawabona, shikoba ou antes e depois do Google (EC)

 
Para o mundo ocidental a História se divide em antes e depois de Cristo, o que me faz pensar em como se divide a História para o mundo oriental ou para a humanidade não praticante do Cristianismo.

Sem zombaria ou desrespeito, com o advento da internet um novo marco poderia surgir. Não creio que o ponto zero seja a internet, o chip ou computador portátil (PC). Em termos de linguagem, a História poderá se dividir daqui a milênios em antes e depois do Google.

Onisciente o Google sabe tudo: o certo e o errado, o bom e o mau, o sério e o risível, o texto e a imagem, o mapa e o caminho. Foi assim que fiquei sabendo o significado das expressões Sawabona e Shikoba. Confesso que antes da pesquisa me veio a visão equivocada de um belo prato de macarrão com legumes e camarão numa caixinha, para ser degustado com boca pequena e dois palitos. Nada disso! Ainda bem, até porque dos três ingredientes dois eu não posso consumir.

SAWABONA e SHIKOBA, o tema para registro, traduz a necessidade de respeito que devemos ter uns pelos outros. Em nota a um artigo, o psiquiatra Flávio Gikovate informa que SAWABONA é um cumprimento usado no Sul da África, que quer dizer: EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PARA MIM. Quem ouve esse cumprimento responde: ENTÃO EU EXISTO PARA VOCÊ.

A palavra respeito é de grande alcance, assim como a palavra amor. Para começo de conversa, necessário é que se restrinja o sentido da expressão para que o sentimento deixe de ser apenas virtual e possa ser alcançado pela ação. No reino das palavras, utilizaria o termo respeito com relação à fala nossa de cada dia, ao que dizemos, ouvimos, lemos e curtimos daqui e dali. Ao que nos mantém conectados.

Ainda digerindo um comentário telefônico de outro dia, sobre a minha ausência do domínio da arte de ouvir, motivo de deliciosa pesquisa, não só no Dr. Google, penso que bom seria que antes de soltarmos o verbo nos certificássemos se o outro pode nos ouvir naquele momento, deixando claro o que queremos dele. Queremos que nos ouça somente, para que assim, pensando em voz alta, possamos adquirir a clareza necessária? Ou queremos ouvir a sua opinião?

Vale lembrar que quem fala o que quer, corre o risco de ouvir o que não lhe convém. E nesse mundo, surdo mundo, vamos que vamos aprendendo a separar a melodia do ruído.


Este texto faz parte do Exercício Criativo - Sawabona Shikoba
Saiba mais, conheça os outros textos:
http://encantodasletras.50webs.com/sawabonashikoba.htm