NO IRÃ: CACHORRO NÃO É “GENTE”...
 
Já tivemos no Brasil um Ministro de Estado, há tempos, que disse,solenemente,certa feita: “Cachorro também é gente”...
Tirante o exagero da expressão espontânea, descontraída e até mesmo vindo de um ex- sindicalista-ministro,por óbvio do ex-presidente Lula,agora surge no noticiário internacional, que no Irã há um projeto de lei que propõe-indistintamente- chicotadas a donos de cachorros...transformando a posse desses animais como se fosse crime.                                  A pena?
Só 74 chicotadas ou uma multa.
Isso é que, infelizmente, governos teocráticos, “in casu”, o islamismo nos proporciona às escâncaras, lá no Irã. Uma loucura essa medida. De acordo com o costume islâmico,os cães são animais “impuros”.
Há um “entretanto”,nessa absurda história: a Polícia- pelo projeto- poderá ter seus cães, sem receber as chicotadas...Por óbvio,para combater inimigos ou manifestantes contra o governo. 
Agora,de imediato, vem à minha cabeça outra história,mas essa ocorrida nos Estados Unidos.Este fato lava a alma de qualquer um.
Foi assim, George G. Vest,então advogado,na cidade de Warrenburg,Missouri, defendeu o proprietário de um cão morto,assassinado a tiros por um vizinho...Isto no século XIX,e,mais tarde tornou-se senador por seu Estado. Ganhou notoriedade,em razão do caso.
George G. Vest – perante o júri local- fez uma defesa do proprietário e do cão da seguinte forma:                                                                                         ( Transcrição )
O mais altruísta dos amigos que o homem pode ter neste mundo egoísta,aquele que nunca abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade,é o cão...
Senhores jurados, o cão permanece com seu dono na prosperidade e na pobreza, na saúde e na doença.
Ele dormirá no chão frio,onde os ventos invernais sopram e a neve lança impiedosamente se lá seu dono estiver.
Quando somente ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará a mão que não tem alimento a oferecer,ele lamberá as feridas e as dores que resultam dos encontros com a violência do mundo.
Ele guarda o sono de seu pobre dono como se fosse um príncipe. Quando todos os amigos o abandonarem,o cão permanecerá.
Quando a riqueza desaparece e a reputação se despedaça,ele é constante em seu amor como constante é o sol em sua viagem através do firmamento.Se a fortuna arrasta o dono para o exílio,o desamparo e o desabrigo, o cão fiel pede o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra o perigo e para lutar contra seus inimigos. E quando a última cena se apresenta, a morte o leva em seus braços e seu corpo é deixado na laje fria,não importa que todos os amigos sigam o seu caminho: Lá,ao lado de sua sepultura,se encontrará seu nobre cão, a cabeça entre as patas,os olhos tristes mas em atenta observação,fé e confiança,mesmo à morte.”
 O advogado venceu a causa e hoje esse cão se encontra esculpido numa praça,da cidade. O discurso  foi inscrito e colocado na entrada do Tribunal de Justiça, lá existente, em Warrenburg, Missouri. Será,portanto, eterno...
Essa defesa é conhecida como: “TRIBUTO A UM CÃO”.
Em tempo: ser jornalista no Irã também “dá cadeia”...
Empatamos,então:  Jornalistas,  cães e seus donos.