Estamos dentro de um ônibus. Tivemos um dia e tanto. Com sacolas nas duas mãos, pesando ambas mais de três quilos.
Adentramos. O mais terrível de tudo é passar na roleta. Embora, o mais difícil, foi andar durante muito tempo, com elas, sob uma chuva teimosa que resistia em não parar, já havia sido superado.
Finalmente estamos dentro do ônibus, um pouco cheio, e claro estamos indo em pé, com as sacolas nas mãos.
Quando uma multidão de passageiros, de súbito, veio para frente do ônibus, parecia que todos estavam de pé e o motorista freou repentinamente. Embora não fosse isso, algo a um metro e meio, referenciava a isso. Um carro bateu no outro da frente.
Observo sem me mover um milímetro sequer. Detesto esse tipo de curiosidade, na qual tem em geral o pano de fundo, a desgraça do outro. Outro que se for o vizinho, sogra ou cunhado será muito bom!
Esses abutres, assim que acontece algo de ruim, vão como tubarão faminto abocanhar a presa. E rapidamente como verdadeiros fofoqueiros vão vomitar, ou melhor, espalhar para deus e o povo, o que aconteceu.
Estas pessoas deveriam servir de porta-vozes do deserto do Saara, pois lá não teriam nada para espalhar, a não ser um monte de areia, no sol escaldante. O pior é que estas pessoas são como alguns paparazzo e revistas, televisão e jornais, ficam a espera de uma desgraça e logo que acontece uma, vão multiplicá-la, muitas das vezes com equívocos que mancharão a integridade, física e moral dessas vítimas.
Nós brasileiros temos na raiz, a habilidade de verdadeiros algozes, desejamos inconscientemente que um vizinho (a), sogro (a), cunhado (a) ou até um (a) fulano (a) qualquer, que não simpatizamos, ocorra algo de ruim. E nesta irresistível vontade nacional, mergulhamos de cabeça para sabermos se entre feridos e mortos, estão lá, os nossos mais íntimos queridinhos!!!