Já era dia dezessete e eu estava ansioso para chegar dia dezenove, então meu pequeno grande dia.
            Na verdade não foi fácil a transição, no dia dezoito eu estava tão reflexivo, tão concentrado.
            Resolvi expulsar tudo aquilo que estava ora ruim ora abusivo. Defeitos e manias eu deixei tudo ir embora com os meus ex vinte e cinco anos.
            Esta idade é porreta! Já não se tem o temível vinte e quatro anos, pois está abominável e erótica idade para os homens é amarga. Na época dos meus ex vinte quatro e anos, eu os dificilmente os assumia. Medo?  Que nada! Era só um número, um terrível número, não?
            No entanto eu havia tido um bom ano, àqueles vinte e quatro anos, e quando os venci eu entendi que não somos meros números, creio humildemente que melhorei, tornei-me mais humano, e vinte e quatro anos se foram, faltam na verdade onze horas para eu completar vinte e seis anos. Como passou rápido! Podia ter demorado mais um pouco, aliás, algumas fases deveriam demorar muito em compensação outras poderiam passar no átimo.
            E sentei-me na cama, para meditação básica. Um ritual necessário, que vejo que será como uma auto-limpeza, foi justo neste momento que aceitei de uma vez por todas mais um ano de vida, envelhecer é renunciar a si mesmo, diriam alguns poetas, filósofos e especialistas. Mandei embora os meus vinte e cinco anos. Já eram.
            Li no Orkut as mensagens de felicitações pela o dia, e agradeço a todos, também recebi mensagens via celular, aos quais mando igual agradecimento. Agradeço de coração a estes tanto do Orkut quanto do “celular” por terem se lembrado de mim.
           
            Agora estou mais maduro, mais forte, mais ajuizado? Mais ousado. E saudade? De que ou de quem? Que nada estou com saudade dos vinte e seis, sabe aquela máxima que a maioria dos escritores responde quando lhes são feita seguinte pergunta:
            - Qual é o seu melhor livro? E a unânime resposta: - O próximo! E eu a traduzo para a minha vida pessoal:
            - Qual é o seu melhor ano, e eu respondo: - Sem dúvida, o próximo!
André Mendes
Enviado por André Mendes em 10/11/2014
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