As mulheres do século XXI são tão belas quanto independentes. Elas estão a altura nossa, em todas as áreas, elas nos competem.
     Fico rindo e até a utilidade masculina já não é a mesma, desde a criação independente como ser mãe solteira. Nós homens devemos da um basta! Estas mulheres estão ousadas, lindas e, sobretudo sexuais.
     Bastou a separação repentina de Borges com Camila que ele descobrirá não servir para nada, nem para consertar o encanamento da pia, nem o chuveiro recém trocado, por um eletricista, o mesmo que indicou o bombeiro hidráulico.         Descobrirá amargamente que nem servirá para satisfazê-la sexualmente. Borges com a face triste por uma incabível incompreensão esmagadora, disse-me que as mulheres estão criado em si, um arsenal de independência, a tal ponto que os vibradores eróticos nos substituem.      Não podemos nem se quer defendê-las, pois elas estão cada vez mais amantes da autodefesa. Para nada prestamos, conclui ele, desanimado Coitado do Borges e do bicho homem. Já não se fabrica “Amélia”, isto é coisa do passado.
     Para quê serve o homem? Para abrir a porta do carro? Ou para segurar o guarda-chuva? Ou ainda para dirigir, quando ela está indisposta, cansada ou até mesmo um pouco embriagada? Nada disso, as mulheres do século XXI estão mais objetivas, recusam gestos de carinho, têm consciência que quando for necessário ao sair de uma festa, pegam um táxi se tiverem indispostas e você que já balançava as chaves, ficara decepcionado. É difícil descobrimos que a nossa utilidade é nula. Para quê serve o homem?
 

     O telefone toca, às duas horas da madrugada, Borges que mudara para um hotelzinho, até firmar algo me mente ou até se dar conta da separação, com as folhas do divórcio. O telefone insiste em tocar, o número é da Camila, ele ameaça atender há dois meses esta tão carente que andaria a pé, do Rio a São Paulo, por um colo aquecido de carinho, não queria sexo, mas atenção, dedicação e amor.
     Ao atender Camila disse:
-Alô, oi amor, estou com saudades e subindo pelas paredes, diz Camila com a voz lacônica e doce.
-E daí? Eu com isso foi você que pediu o divórcio. Logo silencia com receio de que ela ouça a sua voz trêmula, com o profundo medo de recair e voltar para ela.

     Vem amor, eu estou com aquele conjuntinho vermelho que você adora. Foi a gota d’água! Ele não resistia ao “conjuntinho vermelho”, talvez nem eu, que ele mesmo dera recentemente no aniversário de casamento. Naquela noite, ele me confidenciou que eles fizeram amor a noite toda, de súbito me veio a vontade de imaginar como é esse tal “conjuntinho vermelho”.
 

     Os corpos se misturavam entre gemidos, sussurros entre “Eu te amo” “eu te preciso” “eu te quero” ditos por ambos de forma clara e afetiva. Ao se levantar, Borges se depara com um aparelhinho curioso, que parecia estar sem pinhas ou descarregado. Ela ao ver a cena, lhe dirige em tom técnico e didático:
          - Este é o “Ronaldo”, o meu vibrador erótico, ele está estragado amor, por isso eu te chamei...                                   
André Mendes
Enviado por André Mendes em 10/11/2014
Reeditado em 10/11/2014
Código do texto: T5030566
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