Levantei-me afinal, fui para a cozinha e perguntei à minha mãe que horas eram, ela disse:
- Não está vendo as horas no relógio? Já são nove da manhã, se arrume que você precisa fazer o seu exame hoje.
Me arrumei, fazer o quê né? Tem que se arrumar. Mãe é só uma, se fosse duas ninguém aguentava. Coloquei o boné e sai a pé mesmo de casa rumo ao laboratório aonde seria feito o exame, estava de manhã e havia uma névoa esbranquiçada pairando sob o ar da cidade. Quando chego no laboratório me deparo com aquelas maquininhas em que você pega uma senha e aguarda para ser atendido, puxa vida, eles podiam pular essa parte do “aguarde” e ir para a fase do atendimento logo de uma vez! Pois bem, enquanto aguardava ser chamado por alguma das moças do balcão fui tomar um chazinho e comer uma bolacha maisena, estava com fome, não havia tomado o café da manhã.
Quando chega o meu momento de ser atendido, me escoro no balcão da atendente e entrego em seguida o copo que havia tomado o chá, ela me olha perplexa:
- O senhor vai fazer exame de sangue?

- Sim.
- Mas é preciso estar de jejum moço…
- …
Não encontro palavras para responder no momento, dou somente uma leve risada amarelada e marco pra outro dia o exame. Saio do laboratório com raiva, mas, com esperança de que no outro dia eu não tome chá com bolachas.
Juca Rino
Enviado por Juca Rino em 24/11/2014
Reeditado em 24/11/2014
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