Refexões sobre o tubarão, a carpa e o golfinho

Outro dia, tive a companhia de um colega de trabalho durante o almoço.

A conversa foi agradável, instigante... falamos sobre relacionamentos.

Apesar de ter sido um pouco vago em suas colocações, entendi que algo o intrigava. Talvez uma questão mal resolvida com alguém que lhe é caro...

Ele citou a fábula do tubarão, a carpa e o golfinho, onde o tubarão representa aquelas pessoas que literalmente são predadoras por natureza, perseguindo e destruindo outras. Enquanto a carpa representa os que se aquietam e se deixam abater, sem qualquer resistência, os que desistem sem lutar. Já o golfinho, representa as pessoas que só atacam para se defenderem, vivem a vida pacificamente... achei tão interessante esta fábula que fiquei pensando nela o restante do dia... penso que na verdade, no decorrer de nossas vidas, somos um pouco de cada um... as vezes somos tubarão, predadores; outras somos prezas fáceis como a carpa e em outras ainda, resistimos e lutamos bravamente como o golfinho. Tudo depende do momento, da experiência vivida... o melhor de tudo isso, é o aprendizado, o que conseguimos internalizar e aplicar em nossas vidas.

Durante nossa conversa, por diversas vezes, tive a sensação de que não estávamos “falando a mesma língua”... é engraçado isso! Lembro-me de Sócrates - o filósofo. De sua célebre frase “eu só sei que nada sei”... da certeza de que por mais que aprendemos, não sabemos nada e sempre haverá o que aprender... penso no quanto já aprendi nessa minha caminhada de vida...do quanto ainda tenho a aprender!

Engraçado como nos prendemos com coisas tão pequenas e nos esquecemos simplesmente de ser feliz! Ser feliz... tão simples e ao mesmo tempo tão complicado... quantas vezes colocamos nas mãos do outro a responsabilidade suprema de nossa felicidade... e sofremos quando a felicidade não vem... e responsabilizamos o outro por algo que depende unicamente de nós mesmos... afinal, a felicidade é minha, não é? Então, lutarei eu por ela! Não é assim que deveria ser? Deveria... Mas, nem sempre é...

Embarcando na ideia da fábula, quando for atacado por um suposto tubarão, posso tentar ser golfinho, sendo camarada ou contra-atacando, conforme as circunstâncias, sem me deixar abater como a carpa. Mas, e se no lugar de tubarões houver piranhas? As piranhas vivem em cardume e atacam juntas. Sua força está na coletividade do ataque. E se uma piranha se perder do cardume e atacar sozinha? Ela pode igualmente ferir, sem matar, deixando oportunidade para a defesa... tudo pode acontecer... o fato é que no mar da vida existem tubarões, carpas, golfinhos, piranhas e tantas, tantas espécies... cada qual com suas particularidades... posso ser carpa, desviar meu caminho dos tubarões e ainda assim ser feliz no meu pequeno mundo... posso ser golfinho, enfrentar ou não o tubarão e ser feliz no meu mundo... posso me identificar com qualquer arquétipo... o importante é encontrar o meu jeito de ser feliz.