POR QUE EU?

Há vezes em que as pessoas perguntam o que faríamos se soubéssemos que a morte estaria próxima. Nunca preocupei-me em  responder e nem pensei nisso.
Vamos vivendo assim, até que uma bomba explode na nossa cabeça e ficamos totalmente incrédulas, perdidas sem saber a razão de tal acontecimentos, por que isso, qual a solução? Que mal estranho é esse do qual nunca ouvi falar que   afeta adultos. Será breve? Não me fará sofrer muito tempo? Será longo?
E então fiquei pensando o que faria antes do último adeus
àqueles que amo, aos amigos.  Os pertences de valor material, aos animais que tanto quero bem, como agir?
Na minha cabeça ficou tudo branco. As coisas de valor material
não me importam, porém as pessoas queridas,  meus animais, como fazer?
Dizer mil vezes as pessoas que as amo muito, o quanto foram importantes na minha vida, o quanto me ajudaram a seguir meu destino, tornando tudo mais leve. E meus animais que só
me deram amor, carinho, que mostravam sofrer junto comigo em meus acontecimentos tristes, Principalmente minha maltês que fala tanto com aqueles olhinhos pretinhos, tão redondinhos ,mas que sabem dizer o que pensam.  É um olhar tão explicito como:,
você vai sair? Não vai  me levar? Você está doente? Vou ficar juntinho de você. A cachorrinha que não come enquanto eu não chego em casa...como ela fará, sem mim? aquele bichinho miudinho que, quando com sono, me chama com a patinha para ir para a cama com ela...
Acho que não  estou condenada a morte, pelo menos por enquanto, mas corro o risco e esses pensamentos tomaram conta de mim. Temo as sequelas.  O pior é que não sei a resposta.  E como ficarei com esse mal? Quais as consequências?
Então, na falta de opção, resolvi ir vivendo enquanto Deus permite, fazendo coisas que me agradam, mostrando aos meus o quanto são importantes para mim, sem exageros, sem dar na vista pois sempre fui muito fechada, mas não custa telefonar, fazer uma visita, mostrar carinho.
Quanto as minhas patinhas, sei que apenas uma delas vai sofrer demais com saudades de mim. Minha maltês,  Dotty, que é tão ligada a mim como se
fosse parte integrane de  meu ser.
Quando não posso levá-la aonde vou, costumo dizer sempre:
- Fica quietinha, fica calma que a mamãe volta, eu  sempre volto.
Mesmo que eu não possa mais voltar ,   voltarei só para você, só você vai ver a mamãe, mas eu volto, querida, mamãe te ama.
Há imprevistos na vida da gente que custamos a acreditar que está acontecendo, e perguntamos embora sem resposta, por que eu?

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A foto, a que mais amo, o mar, tão imenso
tão belo.
naja
Enviado por naja em 30/11/2014
Reeditado em 30/11/2014
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