ANTIGOS NATAIS.

Antigos natais

Lembro me que quando morávamos na roça, não tínhamos por costume celebrar o natal como nos dias atuais.

Quando muito minha mãe preparava um almoço com macarrão, alguns frangos, carne e tubaína, um litro de vinho e algum doce caseiro como arroz doce ou doce de abóbora.

Não estava incutido na mente de nós crianças que nascia o Salvador naquele dia, como também não estava incutida na memória e nem nas atitudes dos adultos a febre consumista que aflora atualmente nesta época do ano.

Anos mais tarde dos natais passados na roça, mudamos para a cidade, num bairro pobre da periferia onde o encanto do natal eram outros.

Primeiro porque não havia ainda toda loucura das correria para as lojas para comprar presentes, mas uma romântica sensação, uma clima festivo, cristão , onde as donas de casa levavam os pequenos para participarem das novenas e serviços religiosos daqueles tempos.

Tudo culminava com a missa do galo que ainda me lembro bem, era a partir da meia noite.

Bons aqueles tempos em que ninguém ostentava orgulhoso presentes de marcas ,mas se contentavam com uma roupa nova ou um simples brinquedo.

Muitos não ganhavam nada material, mas uma paz especial nos corações que preenchia qualquer vazio.

Bons àqueles natais de outrora onde havia verdadeira confraternização, pouco se importava com o glamour dos enfeites de luxo e as algazarras regadas a etilismo.

Antigos natais em que à hora do almoço agradecíamos ao Pai eterno ter nos dado a graça de poder comprar uma comida diversificada e tomar um refrigerante diferente.

Hoje as coisas estão completamente mudadas, embora exista a missa do galo e todo serviço religioso, os eventos ocorrem mais cedo, as pessoas não almoçam, mas ceiam a noite, lembram mais do Papai Noel do que do motivo principal do Natal que é Jesus Cristo nascido como homem para a nossa Salvação.

Natal tornou se sinônimo de vendas, de correrias, de liquidação, de dinheiro dispendido em presentes caros, em marcas e grifes de luxo para agradar, muitas vezes pessoas que não se conhecem verdadeiramente e que depois acabam deprimidas pelos gastos e pelas expectativas não atendidas.

São esses os natais atuais em que as arvores brilham ofuscadas pelas luzes multicores e os corações dos homens encontram se nas trevas de uma noite sem luar, simplesmente porque não voltam seus corações para a luz do mundo, para o verdadeiro sentido e sentimento de Nascer que é: JESUS CRISTO.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 08/12/2014
Reeditado em 08/12/2014
Código do texto: T5062794
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