Dois Familiares Versus Um

DOIS FAMILIARES VERSUS UM

Fui ao mercado hoje com a minha mãe para comprar pão francês e mortadela, pois não havia em casa nada de bom para o nosso café da tarde. Ao descermos do carro, nos deparamos com a minha vó, mãe de minha mãe, ela veio ao nosso encontro.

- Onde vocês estão indo?

- Para o mercado comprar alguma coisa para comer mãe, por quê? Minha mãe perguntou.

- Ah. Acho que vou com vocês, preciso comprar alguma coisa para fazer a janta hoje lá em casa.

Fomos em três até o mercado. Ao adentrarmos o recinto, me despedi de meus familiares e fui para a padaria. Agora a coisa havia ficado séria, eu estava com fome e alguém iria pagar por isso. Saquei a espátula que havia para pegar os pães, escolhi os escolhidos e os coloquei normalmente dentro do saco plástico. A atendente pesou.

- Mais alguma coisa?

- Não.

Logo depois peguei a mortadela. “Oh deuses, obrigado por nos abençoarem com este alimento sagrado”, isto não era eu que dizia ou pensava, havia visto uma vez em uma série de TV (achei pertinente fazer esta citação). Saindo da padaria, fui ao caixa, pensei que minha mãe e avó já estivessem lá me esperando para pagar a conta, estava errado.

Elas estavam do lado de fora do supermercado com as sacolas de seus produtos em mãos me esperando. Minha mãe dizia:

- Filho, vamos. A sua vó tá com pressa, tem bolacha maisena em casa, outro dia a gente come pão com mortadela.

Enquanto ela dizia isso a minha vó batia o pé e me olhava com uma de suas mãos na cintura. Estava pasmo, como elas puderam fazer isto comigo? logo eu, um filho tão dedicado à moral e aos bons costumes ser tratado dessa forma... enfim, acabei me dando por vencido, deixei os preciosos mantimentos que havia coletado com uma das moças do caixa. Enquanto ia em direção à porta, puxei do fundo do meu peito coragem para olhar atrás de mim, e ver “aquela sacola” sendo levada por um empacotador rumo, a um corredor desconhecido.