Nomes de Logradouros Públicos

Quando a gente passa pela Avenida Marechal Rondon, vindo da Barra, do Méier, etc., dirigindo-se ao centro da cidade, o pensamento é o de chegar mais rapidamente ao nosso destino. Evitar o Grajaú ou a Tijuca, onde o trânsito pode estar mais engarrafado.

Ocasionalmente poderemos relacionar o nome do logradouro a um dos poucos militares dignos dessa atividade – o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Que tinha como um de seus princípios “Morrer se preciso for, matar nunca”. Coisa de Jesus Cristo. O que lhe valeu o assombro de um representante da Índia ao perguntar se não teria sido o marechal um discípulo de Gandhi.

Rondon só não fez chover. Fundou escolas, pacificou índios considerados impacificáveis, protegeu-lhes da exploração e do extermínio sistemático provocado pelo homem branco e suas derivações urbanas, citadinas ou sertanejas, estabeleceu linhas telegráficas favorecendo a integração do território nacional, etc.

“À luz dos princípios morais da filosofia de Augusto Comte”, por mais que a julguemos hoje ultrapassada ou suscetível de correções, Rondon se converteu na “personalidade mais rica, mais coerente, mais enérgica e mais generosa jamais criada pelo povo brasileiro”.

Professou o “respeito às tribos indígenas como povos independentes”, outro de seus princípios, pugnando pelo direito de os índios serem eles próprios, de viver suas vidas segundo seus costumes, e de serem capazes de produzir conforme a sua capacidade.

Ainda segundo outro de seus princípios, Rondon foi o protetor dos índios por excelência, conseguindo “assegurar-lhes a proteção diante do Estado, não como um ato de caridade ou de favor”, mas como um direito que lhes fosse devido.

Rondon foi militar, engenheiro, geógrafo, antropólogo e o responsável pela implantação “dos fios telegráficos de Cuiabá ao Território do Acre”, favorecendo o fechamento do circuito telegráfico nacional. O que jamais teria conseguido sem a ajuda dos índios, por serem eles os únicos conhecedores em profundidade de toda a região.

Portanto, quando passamos pela Ponte Presidente Costa e Silva, mais conhecida como Ponte Rio-Niterói, o que temos em mente? Nada. A ideia é apenas a de atravessar a poça. Até porque não se chega mais rapidamente ao destino. A não ser que seja de madrugada. O mesmo pode não ocorrer ao transitarmos pela Avenida Marechal Rondon.

Rio, 14/12/2014

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 14/12/2014
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