O Idealista

Ao iniciar este texto, vem em minhas memórias, como um filme, o momento ao qual tentei, mais uma vez, compor as fileiras do Exército, novamente, como sargento temporário. Havia uma necessidade, dentro de mim, que me fazia querer voltar para o Exército Brasileiro. Talvez, seja pelo ideal que carrego comigo. Portanto, preenchi toda a documentação necessária para a inscrição no processo seletivo. Com muito orgulho, relatei, em forma de currículo, minha maior experiência. Não como trabalho remunerado, mas como trabalho voluntário, descrevi o meu trabalho social, onde fui professor de jiu-jitsu em um colégio público de Brasília, no qual trabalhei, ensinando crianças carentes. Para minha surpresa e tristeza, ao ser examinado meu currículo, fui tomado por risadas e chacotas dos oficiais examinadores. Não por não ter qualificação para o serviço. Muito pelo contrário, sou muito bem qualificado, tanto que servi 3 anos no Exército, recebendo qualificação e referência elogiosa da própria instituição. As chacotas vieram no momento em que eles leram o honrado trabalho social que eu fiz. Hoje, graças a Deus, que me deu sabedoria, e ao jiu-jitsu que, juntamente com o trabalho social, me deu tranquilidade e calma, fazendo-me uma pessoa mais pensativa. Eu posso, hoje, escrever meus pensamentos e amadurecer cada vez mais meu idealismo. Idealismo esse, que faz com que, através do que escrevo, e passo como ensinamento, ensinando o jiu-jitsu, faça com que eu traga o jovem brasileiro para a disciplina, para o civismo, para perto da nação, que saia das ruas, do tráfico de drogas. Com esse trabalho, eu fiz muitas famílias ficarem alegres, vendo seus filhos no esporte. Creio eu que o Exército Brasileiro poderia fazer esse mesmo trabalho.

Considero-me um idealista. Tenho um ideal de um dia ver a valorização da educação levada a sério. Meu ideal não é político. Tenho plena certeza que este ideal será plantado em cada texto, em cada ensinamento que irei passar através do jiu-jitsu.

Há pouco tempo atrás, eu vi um jovem destruído pelas drogas, e isso é visto todos os dias para quem anda nas ruas. Cada dia que passa, vemos o mundo deteriorando-se. É muito fácil falar, fazer chacotas e rir quando se está sentado em uma cadeira, numa sala com ar-condicionado, enquanto, a guerra é travada na selva de pedras. Quem irá tirar esses jovens das drogas? Ou melhor, quem vai impedir que seu irmão não siga o mesmo caminho? Como se dizia na minha época de quartel: “na guerra, só a infantaria salva!”. E, nessa selva de pedras, eu sou o infante.

Não tenho mágoas dos oficias que tiraram uma graça de um assunto tão sério como esse. Fico triste com o sistema político que vivemos hoje. Sistema que tirou a moral do Exército Brasileiro. Sucateou material e espiritualmente essa tão gloriosa instituição. Tive orgulho de servir o Exército Brasileiro, e quem lê meus textos sabe que eu sou um defensor ferrenho das Forças Armadas. Tenho vontade de, um dia, poder ver resgatada seu passado de volta. Passado de heróis e guerreiros, que em uma época distante aproximou as crianças do civismo, que dava vontade de servir aos 18 anos. Creio que o Exército Brasileiro, também, tornou-se uma instituição idealista, que tenta resgatar a semântica da frase: “braço forte, mão amiga”.

Enfim, às vezes, torna-se depressivo ser um idealista, mas, às vezes, a luta de um idealista pode ecoar pela eternidade, como disse o general Máximus no filme gladiador: “O que fazemos em vida ecoa pela eternidade”.

Jonas M. Carreira (Historiador)

Me Adc no facebook:

jonasmcarreira@hotmail.com

Jonas M Carreira
Enviado por Jonas M Carreira em 15/01/2015
Código do texto: T5102136
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.