ARRUMANDO GAVETAS

Mesmo passando férias na praia, resolvi abrir uma exceção, e arrumar alguns armários.
Ao abrir uma gaveta, me deparei com uma antiga caixa de madeira que, eu trouxe há muitos anos, para minha casa na praia.
Foi uma doce surpresa encontrá-la, pois, dentro dela achei um papel amarelado pelo tempo. Nas letras desbotadas, reconheci  alguns versos, que eu escrevi para minha mãe.

Não tem data a velha folha de papel. Creio que, eu tenha escrito logo depois que minha mãe morreu. Eu tinha onze anos e meio, quando ela partiu.
Eram linhas de saudade, um sentimento de profunda solidão havia naqueles simples versinhos.
Olhando aquele papel envelhecido, rabiscado com palavras nascidas do mais profundo do  meu coração, pensei:  -  a poesia brota em minha alma, seja em momentos de paz ou ansiedade, de alegria ou tristeza. Esteja eu amando e feliz ou sofrendo por amor, com saudade daqueles que amo ou em companhia dos meus entes queridos.
Enfim, percebo que, tudo é motivo para a emoção fluir em forma de versos, resultando num poema, que pode não ter rima, ou métrica, mas será sempre o resultado do sentimento que vai dentro da minha alma, naquele momento.

Os versinhos simples, que achei em meus guardados diziam a quantas ia meu coração, naqueles tristes dias de luto. Contavam da alma de uma menina que sofria de saudade de sua mãe.
Os singelos versos, traduziam a emoção daquele momento. Simplórios, para qualquer outro olhar, mas ricos em sentimentos, para os olhos da menina, que neles depositou um pouco da sua dor, fazendo assim uma catarse, que com certeza aliviou sua imensa saudade.
Aqui transcrevo os simples versinhos:

Mãe você teve que ir
Mas tenho saudade da sua voz
Nem pude vê-la partir
A mim só restou chorar a sós.

Minha eterna gratidão a poesia, uma grande companheira em minha vida.




(imagem: Lenapena- Praia de Tabatinga)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 15/01/2015
Reeditado em 15/01/2015
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