O Brasileiro fuzilado na Indonésia merecia o perdão?

Concordo com a execução de traficantes de drogas, seja ele brasileiro ou de qualquer outra nacionalidade. Eu não vejo qualquer problema em eliminarmos indivíduos que são ameaça à vida de inocentes e daqueles que cometerem atos que são considerados hediondos.

Precisamos compreender que alguns países desenvolveram suas próprias leis aplicadas aos nativos ou pessoas os visitam. Ora, o traficante brasileiro sabia muito bem o perigo que corria e mesmo assim assumiu o risco. É provável que ele esperasse que no fim do processo o Brasil interviesse (como de fato interveio) e que ele fosse solto. Claro, iria zombar das leis da Indonésia e chamar de trouxas os governantes brasileiros. Será que ele se emendaria ou iria traficar em outros países com a legislação mais frouxa? Não sabemos. Pouco importa. Ficamos livres de um bandido, cruel, ganancioso e imoral. Alguém que só pensava em seu próprio benefício sem dar a mínima se seu ato bárbaro afetaria a vida de outros seres humanos, inclusive matando-os ou aprisionando-os no tenebroso mundo das drogas.

Sem querer ironizar a situação, eu me pergunto, se mesmo sabedor do risco de morte que corria, o tal traficante não estaria querendo mesmo era se suicidar. Fica o aviso: se querem de fato morrer, vão traficar na Indonésia.

Os chineses costumam matar não apenas os que cometem crimes bárbaros como tráfico de pessoas ou corrupção... matam também os pais do criminoso, pois acreditam eles, em última instância, são os pais, os principais responsáveis pela má formação dos filhos. Talvez não precisemos chegar a esse nível de profundidade e punição. Os chineses precisam eliminar muita gente para continuarem comendo arroz. Uma boca a menos naquele país faz diferença. Será que uma punição similar no Brasil para os corruptos ajudaria a limpar o país dessa corja que vem dilapidando o patrimônio público e gerando o caos em que proliferam os traficantes, os assaltantes, os estupradores e outros criminosos?

Sou a favor da pena de morte sim ao que estupram, matam para roubar, traficam drogas e cometem corrupção usando poder público. Uma morte de verdade, exemplar, punitiva em definitivo e sem chance de volta. O que a justiça da Indonésia fez foi só antecipar a morte do traficante. Ele tinha 54 anos e talvez fosse viver mais uns 20 anos. Iria morrer de qualquer jeito, não ia. O fuzilamento foi só uma antecipação da morte imprevista. Impediu que ele continuasse cometendo crimes. Ora, os cristãos devem ser a favor de uma pena assim, afinal, não é o próprio Deus cristão que vai acabar condenando os pecadores ao fogo do inferno (que vamos e convenhamos é até pior do que uma morte limpa), já que o tal inferno é a eternidade em tortura, pranto e ranger de dentes – um sadismo muito louco.

Não acho que quem faz maldades, tendo plena consciência de que o faz, mereça punição menor. Devem pagar com a própria vida por transgredirem as leis da paz, do amor, da fraternidade e da própria existência.

Nós, humanos, condenamos diariamente os animais que comemos, matando-os para nos alimentarmos... afinal, que mal eles fizeram? Justificamos nosso ato de matar os animais como um ato de sobrevivência. Matamos inocentes para isso. Matar um ser desumano, um malfeitor que destrói vidas inocentes, não é um ato cruel ou banal, é um ato de autodefesa, um ato que nos ajuda a preservar a nossa própria existência e de muitos dos nossos semelhantes. Não basta parecer humano, tem que ser humano.

Mathias Gonzalez é psicólogo e escritor

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