Só leia caso você tiver medo de borboleta

Hoje de manhã eu acordei e vi que na correspondência havia uma carta, com uma fita. Essa fita tinha sido mandada pela Mary Jane (mulher do homem aranha), segundo ela, ela trabalhava em um lugar que apagava certas memórias, de um certo alguém cujo você quisesse esquecer. Quando eu comecei a ouvir a fita, era a minha voz que dizia desesperadamente tudo o que eu estava passando depois de um termino. Eu não me lembrava de nenhuma palavra dita. Mas conforme as palavras iam descrevendo um certo individuo eu pude recuperar diversas lembranças; como o cheiro que está por todo canto, a tintura azul, o enfeite da estante, o disco na parede, o olhar do melhor amigo, fotos a passar, mil momentos que não vão voltar. Apesar de não poder me lembrar das memórias em que tive, eu posso sentir todas as consequências, dia a dia. Foi mal, eu não sei quem é você. Eu não sei quem eu amei. Mas em algum lugar dentro de mim há memorias inativas se revirando todos os dias, suplicando para serem reais mais uma vez. Mas eu não posso fazer mais nada, porque eu não sei sobre quem são. E se por algum motivo a causa de eu procurar esse tratamento foi por eu estar infeliz, devo ir reclamar, pois não me sinto bem, nem tampouco feliz. Eu não espero que essa pessoa, seja lá quem for, esteja feliz. Não seria justo. Pois não poderia ser tão simples e tão fácil superar essas consequências. Pra mim não vem sendo, é uma luta constante que poderia ser evitada e jamais nenhum pedido de desculpa, perdão, ou foi mal será suficiente para me fazer esquecer a direção errada. Depois de ouvir a fita, fui pra sala de estar e estava como eu deixei, tudo arrumado, tirando o lençol da minha cama que ainda estava emaranhado. E com isso o sinônimo de alguém continuava a aparecer, era inevitável. Conforme os dias foram passando, decidi que não iria procurar saber de quem essas memórias se tratavam, pois se eu quis esquecer, assim ele deveria permanecer. Esquecido. Mesmo assim te sido difícil sorrir dentro dessas quatro paredes, e de repente encontrei um lugar que consegui não sentir nada. Parece até que já estive lá antes, é tão desigual quanto as ruínas daquele lugar onde o teto desabou. Ontem eu conheci um cara legal, ele postou a foto de um ingresso de um show que eu quero ir muito, espero que ele não seja babaca, caso contrario terei que ir ao psiquiatra. Mas sei lá, não sei o que ele espera de mim, sou só uma garota ferrada tentando encontrar paz de espirito. Eu não sei mais. Eu nunca vou saber.

Feliz é a sorte da inocente dorsal?

Esquecendo o mundo e o mundo a esqueceu.

O brilho eterno da mente sem lembranças.

Aceita todas as preces e abre mão de todos os desejos.

Paredes e Quem estava presente nas memórias
Enviado por Paredes em 31/01/2015
Reeditado em 31/01/2015
Código do texto: T5120544
Classificação de conteúdo: seguro