Lábios de Mel.

“ Se à vida é a sepultura dos sonhos, temos que aceitar a sua morte.” AD.

Em uma noite de 1955, eu fazia a Guarda do Quartel. Logo após o corneteiro executar o toque de silêncio, a solidão me invadiu fortemente lá na guarita dos fundos. Comecei a lembrar da minha terrinha. Na minha mente via meus pais, amigos e a Fia, uma lourinha da qual meu coração tinha optado. Com a minha juventude potente e imaginação fértil, comecei percorrer seu corpo. Lembrava daquele bumbum lindo, rebitadinho , os lábios rosa choque natural. De repente ao longe em algum parque de diversão, ouvi uma música estourando nas paradas na voz de Angela Maria “Lábios de Mel.” A grande distância de onde vinha a música, ás ondas sonoras chegavam entrecortadas, mas aguçava minha excitação de desejos. Confesso que para para descarregar a energia e acalmar o libido, me masturbei despindo-a sua calcinha cor lilás,” fomos vizinhos e via suas peças íntimas secando no varal.” Balbuciava seu nome com ternura. Ejaculei com fartura de esperma. Quase que o Sargento da Fiscalização me flagra com aquilo na mão! Até me perguntou se tinha alguém comigo, disse que não, mas ali estava comigo em pensamento, aquele piteuzinho de garota.

Meu sonho era ao dar baixa do Exército, arranjar um emprego e busca-la para ser minha esposa. Mas nada deu certo. No interior era assim; pegar ou largar. Ela casou e não era feliz no casamento. Contou-me um primo que era filho na barriga e cabresto na cacônda. Confesso que chorei.

Lair Estanislau Alves.