POBRE MULATA, QUE TRISTE SINA!

Pele negra e lustrosa, cabelos pretos, cacheados, brilhantes, bem tratados. Os dentes de um alvo incomum, contrastando com a cútis. Olhos grandes, esverdeados que transmitiam vivacidade incomum.

Era uma mulata que chamava a atenção de todos por onde passava. A sua simples presença era capaz de desorganizar o ambiente onde se encontrava.

O assédio é grande, mas mesmo assim Lorena se encontrava triste, desconsolada.

Mas como pode alguém com tão rara beleza, podendo escolher dentre tantos, com qual dos pretendentes ficar, ainda assim demonstrar-se entristecida?

A resposta, embora possa, a princípio, parecer difícil, é de fácil constatação: assim como a carência é extremamente nociva a quem quer que seja, também o excesso nos leva a uma condição de descontrole, de ter que escolher uma dentre tantas as opções, abrindo mão de todas as outras.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 10/02/2015
Reeditado em 25/08/2019
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