Quando passei

Quando passei a olhar o mundo com olhos menos afoitos e mais atentos, entendi que o mais audacioso olhar é aquele em que voltamos nossos olhos pra dentro.

Quando meus ouvidos estavam fartos dos sons do mundo, me dei conta que a sinfonia mais sincera, a que mais grita, vem dos nossos próprios sussurros, do nosso próprio lamento.

Quando passei a olhar a vida com mais ternura e menos dureza, percebi que sempre há um motivo pra seguir em frente, da melhor forma que se pode, da maneira mais coeza.

Quando abri a janela da alma pra tudo que é bom, que é do bem, deixei que entrasse tudo que me fizesse um melhor alguém.

Escancarei a porta. Deixei sair o que me machucava, perturbava, incomodava. Deixei entrar o que somava, amava, durava.

Vez em quando encontro algo perdido em alguma gaveta, esquecido, empoeirado. Se me serve, eu utilizo. Se não, fica lá abandonado.

Quando comecei a provar a vida na sua forma mais sincera, entendi que tudo se constrói no terreno do hoje, do amanhã nada se espera.

Quando deixei pra trás meu eu antigo, eu entendi meu objetivo:

Viver da forma mais sensata, mais sincera e aprender sempre que puder. Ser sempre grata e estar pronta pro que vier.