Antes de iniciar o texto, é importante esclarecer que, contrariando meu sangue baiano, eu não festejo o Carnaval.
 
Não topo brincar, evito brigar, apenas descanso.
Supondo que, nesse período, os queridos leitores do Recanto desejam ler textos “carnavalescos”, fico inquieto sem saber o que falar a respeito de um tema o qual pretendo ignorar.
 
* Lendo aqui, verificando uma fofoca ali, enquanto as serpentinas voam e as máscaras não caem, felizmente surgiu um leve “debate” que me fez querer escrever sobre o assunto.
 
Sarajane, dona de um grande sucesso do passado (Vamos abrir a roda, enlarguecer...), não aceitou Cláudia Leitte criticando a indústria do axé.
Segundo Claudinha a ganância prevaleceu demais e o planejamento foi esquecido. A loira gonçalense (São Gonçalo, Rio de Janeiro) afirmou que “todo mundo se preocupou em ganhar dinheiro instantaneamente”.
 
Vale a pena destacar as palavras de Sarajane:
"O axé é uma música feita nos guetos, com o ritmo do candomblé, dos blocos afros que se misturam. Só que depois quando as pessoas ficam mais americanizadas, mais pop na forma de se vestir, de cantar, aí perde a essência. E você não pode perder sua baianidade, fica sem personalidade"
 
Em 2015 o Carnaval de Salvador está homenageando os 30 anos do Axé Music, que começou com Luiz Caldas.
O axé continua muito vivo, porém, para compreender essa verdade, é preciso sentir o ritmo na pele, opina Sarajane.
Cláudia Leitte, que, até o momento, também só pensou em lucrar, não tem nada a ver com a “cara” do axé, disse Sarajane, sem tirar nem pôr.
 
Admito que há uma certa lógica na declaração da cantora que um dia “abriu a rodinha”. Prefiro, entretanto, não me meter na discussão.
 
Não entendo bulufas desse assunto. Confesso que às vezes dou uma breve espiadinha nas rainhas de bateria, contemplo o belo rebolado das deusas, observo bem os detalhes do samba, mas, quanto às músicas baianas, eu ouço elas tocando o ano todo.
Nunca pára! São as mesmas porcarias irritando meus ouvidos.
Se no início do axé existia alguma graça, hoje tudo ficou muito repetitivo e idiota, imitando os passos da inútil festa tão badalada.
 
* Analisando as declarações de Sarajane e Cláudia Leitte, após perceber que não possuo os conhecimentos musicais necessários, eu resolvi ficar calado e buscar absorver algo acompanhando o papo-cabeça das duas loiras.
 
Abre a rodinha, por favor!
Preciso conferir e tentar crescer a minha bagagem cultural.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 15/02/2015
Reeditado em 15/02/2015
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