O VESTIDO
Lembranças, quem de de nós não as tem?
Uma maneira delas virem à tona rapidamente é por meio de objetos.
Objetos são elos físicos e tángiveis com o passado, que podem instantaneamente nos levar a outra época por meio de uma sensação de conectividade.
Já repararam que não ficamos com objetos que nos causem tristeza.
Certos objetos nos remetem ao passado. Com eles, nos sentimos abraçados por um ente querido que já partiu dessa vida, nos reencontramos em memória com um caro amigo.
Durante nossa vida, vamos guardando um ou outro objeto que tem cunho sentimental, e nenhum outro valor intrínseco, além da sua conexão com um membro querido da família.
São objetos insubstituíveis para cada um de nós.
Eu, que não sou exceção, guardo alguns objetos com carinho sem fim.
Um deles, é meu vestido de batizado, foi feito pelas mãos delicadas e amorosas de minha mãe, ela o costurou, e bordou. Hoje, passados mais de sessenta anos que ela o confeccionou, ele, continua tendo lugar de destaque em meus guardados.
Em minha infância, vez ou outra minha mãe, o tirava de uma caixa, onde o mantinha dobrado em meio a papéis de seda, nessa ocasião, ela o lavava, com muito cuidado, deixava secar à sombra, e depois o passava, e novamente ele era guardado na caixa.
Eu adorava, ouví-la contar, de como tinha escolhido o tecido cor-de-rosa, e de sua escolha do modelo, tirado de uma revista de modas da época. Depois, contava-me o trabalho que teve em costurá-lo e por fim bordá-lo.
O melhor era escutá-la contando da sua alegria, no dia que me vestiu com ele, para que eu fosse batizada. E me levou toda orgulhosa, até a única capela da vila, como se carregasse o mais precioso dos tesouros da terra.
Em dias em que a saudade aperta, e meu coração incha dentro do peito, eu abro com cuidado a caixa em que o mantenho guardado, com o mesmo capricho que minha mãe a ele dispensava, e ao tocá-lo com minhas mãos, muitas vezes, sinto como se minha mãe me acariciasse.
Intuitivamente sempre senti uma ligação muito especial com meu vestido de batizado, pela história de carinho, e pela energia que sinto, que ele guarda, em cada fibra do tecido que o compõe. Saber que os dedos de minha mãe o tocaram com tanto afeto, foi sempre algo especial pra mim.
Ele também foi responsável em minha infância, por aplacar a dor da saudade que eu sentia dela, depois que ela se foi.
Creiam alguns, ou não, mas o vestido do meu batizado, foi responsável, por me ajudar a atravessar um longo período de luto, em minha meninice.
(imagem: Lenapena)
Lembranças, quem de de nós não as tem?
Uma maneira delas virem à tona rapidamente é por meio de objetos.
Objetos são elos físicos e tángiveis com o passado, que podem instantaneamente nos levar a outra época por meio de uma sensação de conectividade.
Já repararam que não ficamos com objetos que nos causem tristeza.
Certos objetos nos remetem ao passado. Com eles, nos sentimos abraçados por um ente querido que já partiu dessa vida, nos reencontramos em memória com um caro amigo.
Durante nossa vida, vamos guardando um ou outro objeto que tem cunho sentimental, e nenhum outro valor intrínseco, além da sua conexão com um membro querido da família.
São objetos insubstituíveis para cada um de nós.
Eu, que não sou exceção, guardo alguns objetos com carinho sem fim.
Um deles, é meu vestido de batizado, foi feito pelas mãos delicadas e amorosas de minha mãe, ela o costurou, e bordou. Hoje, passados mais de sessenta anos que ela o confeccionou, ele, continua tendo lugar de destaque em meus guardados.
Em minha infância, vez ou outra minha mãe, o tirava de uma caixa, onde o mantinha dobrado em meio a papéis de seda, nessa ocasião, ela o lavava, com muito cuidado, deixava secar à sombra, e depois o passava, e novamente ele era guardado na caixa.
Eu adorava, ouví-la contar, de como tinha escolhido o tecido cor-de-rosa, e de sua escolha do modelo, tirado de uma revista de modas da época. Depois, contava-me o trabalho que teve em costurá-lo e por fim bordá-lo.
O melhor era escutá-la contando da sua alegria, no dia que me vestiu com ele, para que eu fosse batizada. E me levou toda orgulhosa, até a única capela da vila, como se carregasse o mais precioso dos tesouros da terra.
Em dias em que a saudade aperta, e meu coração incha dentro do peito, eu abro com cuidado a caixa em que o mantenho guardado, com o mesmo capricho que minha mãe a ele dispensava, e ao tocá-lo com minhas mãos, muitas vezes, sinto como se minha mãe me acariciasse.
Intuitivamente sempre senti uma ligação muito especial com meu vestido de batizado, pela história de carinho, e pela energia que sinto, que ele guarda, em cada fibra do tecido que o compõe. Saber que os dedos de minha mãe o tocaram com tanto afeto, foi sempre algo especial pra mim.
Ele também foi responsável em minha infância, por aplacar a dor da saudade que eu sentia dela, depois que ela se foi.
Creiam alguns, ou não, mas o vestido do meu batizado, foi responsável, por me ajudar a atravessar um longo período de luto, em minha meninice.
(imagem: Lenapena)