Após as cinzas da quarta-feira, a quinta trouxe de volta as aulas da rede municipal e particular.
 
Fiquei boquiaberto.
Por que retomar as aulas nesse ritmo tão apressado?
Não faria mais sentido recomeçar na próxima segunda?
Alguém contestará dizendo que não é preciso esperar a segunda, pois esse hábito (aguardar o início da semana) faz parte de uma cultura preguiçosa e adia a conquista imediata do conhecimento, sem demora, almejando já um futuro promissor o qual tanto necessitamos alcançar.
 
Eu exagerei nessa suposta contestação, contudo não consigo imaginar quem reuniria tantas asneiras numa única fala.
Os argumentos apresentados convenceriam se pertencessem a um suíço ou canadense. No Brasil os mestres e alunos os quais voltaram às salas quinta são os mesmos foliões que estavam brincando na quarta.
 
Eles estavam esgotados, caramba!
Quase não houve tempo de guardar a fantasia, lavar o rosto, dormir! Como pode o despertador tocar avisando que é hora de ir estudar?
Que crueldade!
 
* O prefeito deseja aumentar os dias da folia momesca em Salvador.
 
Eu sugiro que o Carnaval não acabe mais.
Trios, blocos, camarotes, barris de cerveja, a polícia agindo firme para conter a violência, os camarotes lotados, o povo bem feliz...
É ou não é porreta?
 
* Conhecendo as reais intenções e os nobres anseios da massa circense, penso que não faz sentido retomar as aulas logo após o fim do Carnaval.
Afinal de contas, cansa brincar, encher a cara e correr atrás do trio.
Não é nada fácil, no meio desse recreio coletivo, mudar as metas e, de repente, começar a querer fazer o país avançar.
 
Como está parece bom demais!
Futebol, pagode, BBB, Facebook, muros altos, grades cercando as áreas, toque de recolher e políticos tão dedicados não combinam com essa conversa de empolgação para trabalhar e estudar.
 
* Eu soube que, nessa quinta, o início prematuro das aulas pegou vários estudantes e professores desprevenidos.
 
Opa! Muitos não conseguiram tirar as máscaras!
 
Um abraço!
 
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Hoje apresento dois textos.
Acima você conferiu o Arlequim.
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http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5143476
Ilmar
Enviado por Ilmar em 20/02/2015
Reeditado em 20/02/2015
Código do texto: T5143482
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