Era uma segunda–feira e Rai, a neta de seis anos, havia ficado sob os cuidados de sua avó, pois seus pais viajaram para uma comemoração fora da cidade. E, desde cedo, insistia que precisava que a vó lhe desse algum dinheiro para o lanche.
Quando chegaram ao destino, os pais ligaram para falar com a filha em viva voz:
— Oi, menina linda, como está você? – indagou o pai.
— Estou bem, papai. Papai, posso comprar lanche na escola hoje? – perguntou com uma voz bem dengosa.
A mãe do outro lado da linha, esbravejou:
— Não, não pode! Hoje não é sexta-feira!
Enquanto isso, o pai se desmanchava no telefone após ouvir a voz melosa da menina e respondeu no mesmo tom de voz:
— Pode filha! Manda beijo pro papai! Manda!
— Beijo, papai, e tchau.
A menina desligou o telefone rapidamente, voltou-se para sua vó e exclamou:
— Vó, meu pai deixa tudo! Sempre deixa tudo! – falou com ar de menina astuta e peralta, como era.
— Por que será que ele deixa tudo? – perguntou-lhe a vó que também era psicóloga.
— Ah, não sei dizer, vó. Só sei que quando eu quero as coisas, eu peço pra ele! – respondeu apressadamente para terminar a conversa.
— E por que será que ele deixa tudo, Rai? – insistiu a avó.
— Ah, sei lá, vó! Vamos brincar! – percebendo que não ia conseguir fazer mais nada sem antes responder a pergunta, explicou–lhe:
—Acho que é porque ele é mais velho que mamãe e aí... é mais bonzinho! Vamos pegar o baú de brinquedos e a Monster High, vovozinha linda?
A vó estava perplexa com as atitudes e com a explicação da neta, mas, antes de ser psicóloga, era vó, portanto teve que se apressar para ir ao banheiro e rir da situação sem ser notada. Posteriormente, veria a melhor forma de abordar o tema com seu filho. Daí, pode–se concluir que o pai precisava de atenção e a filha, de lanche? Será que Rai, antes de ser neta, era psicóloga?
19/02/15 Licia CostaPinto
Quando chegaram ao destino, os pais ligaram para falar com a filha em viva voz:
— Oi, menina linda, como está você? – indagou o pai.
— Estou bem, papai. Papai, posso comprar lanche na escola hoje? – perguntou com uma voz bem dengosa.
A mãe do outro lado da linha, esbravejou:
— Não, não pode! Hoje não é sexta-feira!
Enquanto isso, o pai se desmanchava no telefone após ouvir a voz melosa da menina e respondeu no mesmo tom de voz:
— Pode filha! Manda beijo pro papai! Manda!
— Beijo, papai, e tchau.
A menina desligou o telefone rapidamente, voltou-se para sua vó e exclamou:
— Vó, meu pai deixa tudo! Sempre deixa tudo! – falou com ar de menina astuta e peralta, como era.
— Por que será que ele deixa tudo? – perguntou-lhe a vó que também era psicóloga.
— Ah, não sei dizer, vó. Só sei que quando eu quero as coisas, eu peço pra ele! – respondeu apressadamente para terminar a conversa.
— E por que será que ele deixa tudo, Rai? – insistiu a avó.
— Ah, sei lá, vó! Vamos brincar! – percebendo que não ia conseguir fazer mais nada sem antes responder a pergunta, explicou–lhe:
—Acho que é porque ele é mais velho que mamãe e aí... é mais bonzinho! Vamos pegar o baú de brinquedos e a Monster High, vovozinha linda?
A vó estava perplexa com as atitudes e com a explicação da neta, mas, antes de ser psicóloga, era vó, portanto teve que se apressar para ir ao banheiro e rir da situação sem ser notada. Posteriormente, veria a melhor forma de abordar o tema com seu filho. Daí, pode–se concluir que o pai precisava de atenção e a filha, de lanche? Será que Rai, antes de ser neta, era psicóloga?
19/02/15 Licia CostaPinto