A juventude

Quatro e trinta e cinco da manhã e você não consegue tirar os olhos do vazio. Suas inquietações vão da cabeça, que borbulha pensamentos aleatórios e faz conclusões inacabadas, até os pés, que parecem ter uma espécie de tique incansável. Pouco depois de finalmente você conseguir relaxar e dormir, já é hora de acordar. E com a luz do dia que sempre vem, angústias sempre voltam. Esse é o cenário no qual você é a juventude e o mundo é o mundo, complicado e enorme como deve ser.

Suas absolutas teorias sobre tudo reconhecem o valor de uma insana dose de loucura. Por isso, você explora a vida. Não tem como ser diferente, uma vez que Johann Goethe escreveu que a juventude é a embriaguez sem vinho. Então, você descobre do que gosta, experimenta o que te atrai, aceita desafios e faz uma jornada à procura do que você é e qual o sentido da sua existência. Talvez, ao final, descobrirá que o sentido está mais dentro de si como jamais haviam lhe dito. Mas você não sabe disso ainda, é muito novo e virgem de vivências. Mesmo assim, acredita que entende mais sobre as coisas do que seus pais. Eles parecem não ter vivido o que você vive, então vocês discutem e nunca chegam a um acordo. Contudo, quem se importa? Você ainda tem seus amigos.

Com eles, você se identifica. Pelo menos, na maioria das vezes. E todas as suas vontades e curiosidades desmedidas são testemunhadas por eles. Quebrar tabus e padrões são especialidades da juventude selvagem que pulsa em suas veias. Por isso, o meu conselho é: não ignore seus estímulos, as suas perguntas sem respostas, os seus medos sem explicações, as suas ideias e a dinâmica que não te deixa no mesmo lugar por muito tempo. Você tem sangue fervente e adrenalina acumulada, então abuse da sua energia e se entregue ao mundo. Tenha sede por viagens e se coloque à disposição do seu coração. Siga-o. Enfrente suas inseguranças como se elas não fossem feridas crônicas e confie nos seus instintos. Tenha histórias a contar e romances a criar. Descubra-se, mesmo que isso signifique deixar amigos para trás. Contudo, quem se importa? Você ainda tem a si mesmo.