Uma carta para o meu futuro namorado

O que é o amor? Essa é uma pergunta difícil. Chego a pensar que nem mesmo quem sente sabe explicar. Deve ser uma daquelas coisas que definitivamente não têm explicação. O que me intriga é, ás vezes, eu sentir falta do que ainda não conheço. É que uma hora cansa não sentir nada por alguém, não ter nada com alguém. O seu corpo pede algo novo, suspiros, adrenalina, ele pede mais emoção. E com idas e vindas de pessoas na minha vida, eu sei que, cedo ou tarde, o cara perfeito vai aparecer. E ele pode ser você.

Gostaria de começar exigindo que me interprete bem, já que a perfeição é completamente subjetiva e o meu conceito sobre ela, por incrível que pareça, é cercado de "defeitos". Barbas, pelos, cabelos, óculos. Corpo pouco me importa - gordinho, tanquinho, magrinho. Não me vale de nada um corpo bonito e uma alma feia. Suas roupas de marca são bonitas, mas não te tornam elegante. Eu quero bom humor, simpatia, autenticidade, respeito. Esses sim são elegantes. Então, você não precisa de muito para me conquistar. Qualquer banalidade me tira o fôlego, qualquer assunto intelectual me prende, qualquer piada me sorri. Mas, sabe, é que parece tão simples que queremos complicar. Eu lhe peço que, no começo, seja paciente. Não sou do tipo que se entrega logo de cara, que diz um "eu te amo" só para agradar ou que abraça o tempo todo.

Sou fria, logo, preciso de uma brasa para me derreter. Gosto de flores, de bombons, de bilhetes e demonstrações de afeto. Nem que seja aquele toque na mão, enquanto almoçamos, ou uma troca de olhares, mesmo que sem intenções. Sou curiosa. Me mostre quem você é. Me leva para o teu lugar preferido da cidade, para um bosque, um bar, um cinema, um motel. Me busque no meio da estrada, quando a minha carona me esquecer. Me chame para uma cervejada. Me puxe com vontade o cabelo. Me tire do sério. Me faça enlouquecer, de amor, de prazer. Me dose quando eu estiver insana, me solte quando eu me sentir presa, me desvende quando eu estiver cega, de amor, de prazer.

Por mais que pareça, eu não estou te procurando. Talvez você esteja tão perto que eu mal posso ver ou tão longe que demore para receber a carta. Eu só não quero perder a chance de te conhecer. Mas, também, não quero perder tempo te dando chance se nada for real. Esta é a carta mais sincera que escrevo e, de todo o meu coração, nem cogite a hipótese de mentir pra mim. Seja justo. Seja meu amigo, meu parceiro de qualquer hora. Afinal, são essas relações que dão certo, as que têm cumplicidade e amizade como base. Não hesite em me chamar para um videogame, para uma partida de futebol, para sair com seus amigos. Só não negue o meu convite para ir ao Shopping ou à casa da sogra. Seja justo. Seja flexível. Seja leve. Porque namoro de verdade é aquele que nos sentimos como se estivéssemos flutuando. É assim que deve ser. O segredo é ter equilíbrio e o resto flui, porque quando eu me apaixonar, tudo será imprevisível e quem sabe assim, eu consiga ao menos pensar sobre o que é o amor.