E ASSIM A MALDADE SUPERA O MAL

Estamos passando por um período de violência tão grave neste nosso belo, pujante, mas controvertido país, que hoje em dia as ações maliciosas secundárias dos marginais estão superando o crime principal almejado por eles.

No passado os assaltantes abordavam as pessoas, entravam em suas casas, estabelecimentos etc., tomavam delas o que queriam e saiam em desabalada carreira, para não serem vistos ou pegos.

No presente, os assaltantes não se contentam mais em apontar uma arma para a cabeça de sua vítima e obrigar a entrega compulsória de seus pertences. Eles agora, invariavelmente armados, antes, durante e após as investidas, maltratam, espancam, lesionam, mutilam suas vítimas e muitas das vezes retiram-lhes o seu bem maior: a vida.

A maldade é tanta que não importa a idade de suas vítimas. A crueldade deles não poupa a ninguém. Podem ser jovens, senhores(as), idosos, ou até mesmo crianças, que a falta de piedade impera.

Assassinam pais, na frente dos filhos, assassinam filhos na frente dos pais, amedrontam, estupram, aterrorizam, fragilizam suas vítimas, quando não lhes tira a vida, a ponto de o trauma ser tão grande que elas entram em depressão e pânico, tendo que recorrer a tratamentos psicológicos.

Tudo isso consequência de governantes e legisladores que, a pretexto de propiciar um país democrático, criam leis e normas protetoras da bandidagem, dando-lhes liberdade para agirem impunemente, impondo todos os ônus para o restante da sociedade.

A impressão que se tem é que, as nossas autoridades recolheram todas as armas entregues pela população, muito contra a própria vontade desta e as loteou igualitariamente para o submundo do crime.

De posse de tantas armas e de tantas munições fornecidas indiretamente pelos governantes, os criminosos, para não ficarem com todo aquele arsenal em desuso, utiliza-os contra as suas vítimas. Batem, espancam, desferem coronhadas, desferem tiros, ferem, aleijam, matam. Tudo sob a proteção e os benefícios que as leis conferem a eles.

Dessa forma o assalto em si passou a ser um mal muito menor do que a dor, o pavor, o terror e o sofrimento imposto pelos criminosos às suas vítimas. E assim a maldade supera o mal.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 10/03/2015
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