Há infinitos mundos -sobre deixar ser quem se é

É um equívoco pensar que a verdade está determinada, encarcerada pelos limites de sua própria visão. É um equívoco, mas acontece o tempo todo. Temos a teimosa mania de tomarmos por certo somente aquilo que entendemos que sentimos e em que cremos, esquecendo que há um mundo além dos nossos próprios horizontes. E esse mundo é infinito em sus formas, em seus sentidos, sentimentos, nas emoções, nas maneiras de ser e se apresentar para as pessoas. Pessoas essas que enxergam esses diversos mundos de suas maneiras peculiares. Pessoas essas que são como esses tantos mundo espalhados por aí, distintas e belas em sua individualidade.

Há na maioria das pessoas uma enorme dificuldade em aceitar o outro como ele é. Com suas qualidades e seus defeitos (geralmente queremos só as qualidades, mas isso já é um outro assunto), com seus acertos e suas falhas, com suas crenças e suas ideologias opostas as nossas, com suas nuances, seus sentimentos e seus pensamentos estrangeiros aos nossos. Taxa-se o diferente como estranho e, mais que isso, como errado. Como se fossemos donos da razão e da verdade do mundo. Como se existisse uma só verdade no mundo e fossemos todos obrigados a persegui-la.

Não somos assim tão exatos. Muito pelo contrário, somos seres complexos e distintos. E são essas peculiaridades que nos tornam maravilhosamente interessantes as descobertas do outro. A quem esta aberto para elas, é claro! Somos seres individuais e é essa a nossa identidade: a capacidade de sermos indivíduos únicos perante o todo. Não fosse assim seríamos absolutamente e tediosamente iguais; como robôs sem sentimento e sem vontade própria.

Mas nós, temos vontade própria. Própria, a palavra se explica por si só- a minha vontade; A sua vontade; As diferentes vontades de cada um de nós. Tudo bem que temos desejos e interesses em comum e isso faz com que nos identifiquemos e simpatizemos mais por uns do que por outros. Mas empatia, que é algo que parece estar tão em desuso ultimamente, deveria ser um requisito básico para o bom relacionamento humano. Empatia, que é um "sentimento"... ou melhor dizendo, uma capacidade um pouco mais sútil de ter a delicadeza de colocar-se no lugar do outro. Empatia que é tão importante. Esse tentar compreender o que não se entende. E mesmo que a tentativa falhe, ao invés de partir para ignorância ou para violência e agressão gratuita, é preciso respeitar o que não se compreende no outro.

Respeito, como bem diz o ditado, é bom e todo mundo gosta sim. E é essencial, primordial, urgente. Respeitar as diferentes opiniões e gostos, respeitar a forma alheia a sua de pensar e agir, respeitar a sexualidade do outro, respeitar as visões políticas e as crenças religiosas do outro, respeitar os sentimentos do outro, mesmo que nos pareça inconcebível que alguém possa sentir determinadas coisas. Mas sente! Sente, porque é diferente de nós e não tem dever nenhum de ser igual. Sente, porque é gente como qualquer um de nós e tem todo o direito de sentir o que sente e de ser quem é.

A sua opinião a respeito dos "outros" é só a sua opinião. Coloque-a no bolso e siga sua vida. S-u-a vida, que da deles eles já cuidam muito bem, ainda que para você não pareça tão "bem" assim. É só a sua opinião, o seu ponto de vista, o seu ponto de visão, e é limitado, não contém em si toda razão sobre todas as coisas do mundo. (Quiçá sobre alguma coisa do mundo!) Não seja tolo, há infinitos outros mundos aí fora. Você é apenas um deles. Apenas um deles.

MAMagni
Enviado por MAMagni em 11/03/2015
Código do texto: T5166340
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