A ÚLTIMA ALTERNATIVA É A ÚNICA QUE ESTÁ AO SEU ALCANCE

"Quando não se pode com eles, junte-se a eles", certo? Errado. Do contrário, pra quê você se esforçou esse tempo todo tentando derrubar os que você considera malfeitores? Política errada. Eu acredito que a política ideal, porém ela deve acontecer quando você percebe que realmente não pode contra o que te enerva, seria: "Já que não pode com eles, ignore-os".

Todos nós quando nos desgastamos por uma causa o fazemos em, primeiramente, nosso benefício. Ninguém que é sincero admite que entra em uma guerra em favor do próximo ou da pátria amada. Que se danem os dois. Você faz, sim, pelos outros ou pelo país quando a recíproca é verdadeira. Quando estes estão engajados na mesma causa que você por causa de uma vantagem a obter em comum.

E essa pendenga que rola no Brasil atualmente, com os tucanos e a elite burguesa em comunhão com os veículos de comunicação empenhados em derrubar o PT e tomar de volta o poder para eles fazerem o que bem entender, inclusive vender a Petrobras e partilhar o dinheiro entre eles, e com a turma da esquerda com ar de querer ajudar o trabalhador, resistindo até o último instante para em caso de derrota armar uma guerra civil se for preciso para frear a arrogância e falta de sensibilidade da direita conservadora, já me deu mais do que a azia que eu me permito ter para tentar acordar as pessoas e fazê-las tomarem as decisões por elas mesmas, sem tomar golpe ideológico de nenhuma das partes guerrilheiras.

Agora, que se dane, eu não uso mais a minha intuição para ajudar os brasileiros da massa que vai se ferrar se a direita conseguir o que quer: tirar a Dilma e desmantelar o PT. Esses brasileiros, se acham que perdem com o PT no poder fazendo o que os inimigos deles dizem que ele faz, vão se arrepender amargamente quando virem o que os que os recrutam hoje vão fazer quando o objetivo do impeachment tiver sido atingido. O melhor que se pode esperar de vantagem, no caso, é: Para aquele que votou no Aécio, a manutenção do status de contribuinte sem direito a mordomia. Trabalhando em empregos populares, ganhando salário compatível com a fome e etc; Para os que votaram na Dilma e a elegeram, que também estão mudando de opinião e indo apoiar o infame PSDB por se permitirem ter a mente lavada ao deixá-la exposta à mídia em troca de moeda fútil como capítulo de telenovela ou partida de futebol para lhes ganhar a atenção, vão se decepcionar mais, pois, depois que o golpe passar eles vão levar o troco dos tucanos, em represália ao voto no concorrente, e ainda vão receber o ódio dos esquerdistas depostos. Isso, na verdade, ao meu ver, é que é o pior. Não saber com quem estão lidando dá nisto: vira alvo de todos os oponentes.

E eu (ou: pessoas como eu), que tenho o meu posicionamento e não desisti dele em momento algum, vou ter todas as condições de sobreviver ao que virá. Ganhe quem ganhar. Mas, para isso eu tive que libertar minha cabeça. Eu estou livre de consumo (não só de produtos alimentícios ou farmacêuticos, como também de produto de imprensa, artístico, moda, publicitário, hobby, costumes: nada disso me interessa ou me domina. Posso muito bem ficar sem.). Estou livre de crença (despir a religião de mim foi uma das minhas grandes vitórias). Não vejo televisão, não ouço rádio, não leio jornais. Não estou querendo comprar um carro ou um imóvel. Não gosto de dirigir. Não tenho paixões que me fazem presa fácil para o sistema. Não gosto de sair para baladas ou para fazer turismo. Cago e ando para as redes sociais ou qualquer outra coisa que se faça na internet.

Podem me tirar qualquer coisa que o poder capitalista, quero dizer: neoliberal, como eles gostam de dizer hoje em dia para evitar a reprovação popular (capitalismo ninguém suporta mais), pois eu bem sei que posso viver sem. Aliás: prefiro viver sem.

Então, essa é a fórmula. Boicote. Estressar em nome de quem não quer ser ajudado, pra quê? Estive em uma cidade onde as pessoas estão levando seu dia-a-dia alheias a tudo o que acontece na TV. A realidade delas não é a da TV. Elas sabem mesmo das coisas. Diferente das pessoas das outras cidades, que sabem é o que se passa na TV ou o que dá no rádio ou o que escrevem nos jornais ou nos sites corruptos da internet. E não a real.

E nessa passagem por essa cidade – onde encontrei felicidade nos semblantes das pessoas e fraternidade entre elas – eu aprendi uma coisa: Quando você se move em causas que dependem que os outros o acompanhem na opinião para que se possa ver a causa ganha, essa causa não pode ganhar o interesse da mídia. Se a mídia se interessar, com certeza a questão não vai ser resolvida honestamente e menos ainda tem importância para a sua sobrevivência.

No que vai me afetar se a Petrobras for privatizada ou se for mantida pública? Se a Dilma vai sair e seu plano de desmantelar a quadrilha que quer evitar a reforma política vai pro buraco também? Não tenho força para evitar o resultado dessas lutas se eu não for concordante e nem tão pouco essas questões se decididas da forma que eu não desejo vão modificar minha vida. Basta que eu tenha controle sobre mim mesmo e eu faça as mudanças que me blindem. Como esse desprezo que sinto pelos costumes e valores que a sociedade liquefeita de petróleo cultua.

Só para completar: Dia 13 teve manifestações pró-Democracia, pró-Reforma Política, pró-Taxação das grandes fortunas e não foi devidamente noticiado pela mídia. Nenhum canal de televisão parou sua programação para cobrir o acontecimento. Já hoje, dia 15/3/2015, ocorre uma massiva cobertura do engodo planejado para obstruir o governo petista. É tendenciosa ou não é a mídia? É contratável ou não é? E quem está por trás, aparece? Você sabe se vai te beneficiar depois que você colaborar? Se o poder que contrata a mídia estivesse interessado na sobrevivência da Dilma no poder você acha que iria às ruas hoje fazer o que faz? Você não tem independência de pensamento, entenda isso! Quando fazem uma acusação na TV, colocam um retrato para você aceitar como o do réu e te dão tudo mastigado e você concorda e passa a repetir sem questionar, sem pesquisar, sem buscar novas reflexões, você é do tipo que não consegue pensar, apenas ter pensamentos. E quando a sociedade é levada a ser do tipo que só tem pensamentos, do tipo que não pensa, temos a pior forma de repressão, de ditadura, de totalitarismo. Ditadura não é fazer as coisas à força, isso é poder militar. Ditadura é cercear opinião ou reduzir opiniões. Isso se faz à força – com civis e estrangeiros às vezes por trás de militares e estes levando a culpa – ou por meio psicológico, como é feito o método de tortura e recrutamento via mídia. Fique mais esperto!

O mal do brasileiro é permanecer no status de sempre: se deixa recrutar, faz besteira e passa um bom tempo colhendo pé-na-bunda e reclamando da sorte.

Todo povo tem o futuro que constrói. Povo que tem futuro próspero não tem uniformidade de opinião, pois toda maioria é burra.