Ela estava lá. Pernas abertas, pro alto, como se estivesse numa academia fazendo exercícios. Entrei, passei por ela com todo cuidado. Ela sequer virou a cabeça para ver quem era. Segui até a área de serviço, onde guardo aquele líquido que ela “adora”.
Voltei ao local onde a nojenta estava e quase a matei afogada, tanto foi o spray que joguei em cima dela.
Vai, barata infeliz, morrer em outro lugar, não na minha sala. Depois fui saber que a vizinha havia feito dedetiza-
ção e, naturalmente, a infeliz barata foi pedir abrigo na minha casa.
Livrei-me dela, mas o remorso me pegou. E se ela fosse recém-casada e estivesse em plena lua de mel? E se tivesse filhos que ainda necessitassem de seus cuidados? E o marido, viúvo, como estaria? Sofrendo, sem saber se tinha sido trocado por outro ou se sua esposa havia saído apenas para dar uma voltinha.
Tive vontade de mandar fazer autópsia para saber se eu a havia matado mesmo ou se ela, simplesmente, havia tido um enfarte e estava morrendo, antes mesmo de eu chegar. Isso me tiraria aquela sensação de culpa.
E agora? Vou ser obrigada a ligar para o analista. Ainda bem que a minha consciência acordou a tempo e disse: Que analista nada! Vai ligar pro cara às 3 da matina? Você fez muito bem. Esse bicho é muito asqueroso e resiste a todas as catástrofes do mundo. Menos uma para infernizar a nossa vida. E palmas pra você que conseguiu enfrentá-la.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 16/03/2015
Reeditado em 10/04/2015
Código do texto: T5171982
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