A eterna busca (Sem pretexto)

Ah! como eu queria ler um texto que dissesse o que sinto da maneira exata, que esmiuçasse nos mais profundos detalhes cada nuance do meu ser, que expusesse os fragmentos dos sentidos da minha existência nesse mundo. Um texto que explicasse os motivos e as razões que me levam a ser como sou, que tivesse as respostas das perguntas, que me abrisse os horizontes, expandisse minhas possibilidades. Mas tudo o que eu leio é tão vazio, não me preenche as lacunas, não me alimenta o estômago, não me satisfaz esse apetite vorás que tenho de mim, nem essa sede sem tamanho de beber no poço do sabedoria, não me cria perspectivas; não me envolve feito aranha na teia, não me ganha feito um olhar de criança, não me distrai feito uma nuvem em forma de desenho passeando no céu. Mas talvez a culpa não seja dos textos que li, nem da sua falta de abrangência, tampouco de quem os escreveu, e sim, minha, e dessa minha eterna insatisfação, em busca do real, do belo, do bom, do inteligente, do equilibrado, do apaziguador, do sereno, do sutil, do verdadeiro e do amor! Quando todos esses elementos se fundirem num só, aí sim, terei encontrado o meu texto, e não haverá mais pretexto pra essa busca que busco incessantemente, inconformado, e sem descanso. Enquanto isso, eu continuo no meio dessa celeuma em busca da palavra que é a essência da pessoa que me equilibre e me encante.

Jomasi
Enviado por Jomasi em 20/03/2015
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