Lembrança de Senna

Eu ainda não morava em S.João, tinha ido passar o fim de semana na casa de meu irmão e levei meu filho Bruno , então com 5 anos.

Estávamos lá aguardando a corrida começar, conversando, tomando umas, as crianças correndo pelas salas.

No dia anterior um piloto austríaco havia falecido num acidente, e no treino anterior Barrichello quase se matava, alguma coisa não estava certo em Imola, mas, mesmo assim, em nome não sei de quê, os poderosos da F1 sequer cogitaram cancelar a prova, sabe com é; os contratos são muito mais importante que as pessoas.

Quando houve a largada que o Senna saiu em disparada na frente do alemão, a impressão que me deu foi que em uma ou duas voltas, Schumacher ultrapassaria Senna, pois tinha um carro muito melhor que a Willians.

De repente os dois apontam em direção a tomada da curva Tamburello, quase uma reta meio torta, Senna segue direto em direção ao muro e ouço Galvão Bueno gritar; “ Senna bateu forte !”

Naquele mesmo instante lembro que falei num reflexo: “Pai Nosso !”

O resto todo mundo sabe.

Em nome dos contratos a fatídica corrida continuou ! Não houve culpados. Como sempre mais uma vez constatamos que a palavra justiça é isso mesmo, apenas uma palavra.

Melhoraram as condições de segurança das pistas, baniram circuitos muito velozes, mil regras limitadoras, até o ronco dos motores tiraram, e tudo continua…

E nós ficamos sem nosso Campeão.