OLHAR DE MENINO
Naquela cidadezinha pequena, tem éguas, jumentos, fumo, peixe, água de coco, esteiras, ribicholas, rapuduras, mel de jandaíra, cachaça boa, lindas rapagigas, velhos nas calçadas vendendo ou distribuindo balas.
Nas raparigas, eu não podia colocar a mão; ao entrarem na puberdade, eram logo aliciadas pela Madre do Colégio.
Hoje elas aprendem a ler, a escrever, fabricar hóstias, lavar e engomar os paramentos sacerdotais.
Não esqueci das vigas de carnaubeiras que esteiam o pé direito da sacristia, lugar do sacro-ofício de contar as hóstias.
Na pequena cidade, os coroinhas não queriam dar adeus ao seu ofício.
A Madre, as Raparigas, os Coroinhas, o Padre, todos fazem o seu trabalho com muito zelo, amor e denodo, até o "Dia do Juízo".