Crônica.

Crônica é a minha sede de viver!

É minha mísera condição de ser humana, mortal e cheia de defeitos.

Crônica é a minha terrível consciência de quão breve é a vida atual,

Tão empanturrada de problemas... E eu, um ser tão pequeno em meio

A todo esse turbilhão tempestuoso, esse rio bravio que me afoga e

Arrasta tudo, levando-me as forças, esgotando-me por completo!

Encontro-me no Poema em linha reta de Fernando Pessoa,

Identifico-me tanto naquelas linhas!

A minha mania de escrever é crônica, como uma doença sem cura,

Talvez um silencioso grito de desespero, uma forma de dizer a mim

Mesma que viver é mais que existir, e que vivo...

Embora muitas vezes sinto-me tão desprovida de vida.

De qualquer forma, fica o consolo de que, cedo ou mais tarde,

Tudo chega ao término.Tudo tem sua morte certa, e em alguns casos,

Uma possibilidade de renovação...

De forma crônica e sem cura, eu morro e recomeço a cada dia.

E como disse Pessoa: eu tantas vezes...

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 01/05/2015
Reeditado em 17/05/2015
Código do texto: T5226686
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