Cinema.

Uma das artes que mais me fascina é o cinema. Quando pela primeira vez entrei num cinema (poeira) lá na minha longínqua terrinha, estabeleci o que era o meu lazer. Ainda muito jovem, larguei outras modalidades de diversão e me embrenhei nos assuntos, em relação à arte de representar , principalmente o cinema. Teatro naquela época era para ricos. Até passou pela minha cabeça, o desejo de ser ator, mas isso era impossível para um pobre jeca semi analfabeto .

A máxima na definição da arte: é tudo aquilo que agrada os sentidos, então meus olhos brilhavam nas telas dos cinemas Brasil afora. Como à arte não tem fronteiras, vi muitos filmes americanos, mexicanos , francês, italianos e de outros países que não lembro agora. Mas minha predileção era o cinema brasileiro. Vi todas as chanchadas da Atlântida. Também os filmes da Vera Cruz. A saga dos Cangaceiros ,não perdia nenhum. Por ter vivido na roça, vibrava com os filmes de Amâncio Mazzaropi. O cinema novo de Glauber Rocha, me fez refletir politicamente, alguns ficaram gravados na memória, tal o conteúdo do enredo; O Pagador de Promessas,num show de interpretação de Leonardo Vilar , Glória Meneses e Geraldo Del Rei. Assalto ao Trem Pagador, com a interpretação magistral de Grande Otelo. Lamarca na pele de Paulo Betti. A Guerra de Canudos , com José Wilker e tantos outros de igual naipe. Surgiu também um filme reluzente; O Menino Maluquinho, uma obra prima do Ziraldo, voltei a minha infância na região de Caratinga. O Que Isso Companheiro, mostrando a fase torturante do Brasil. Vi O Quatrilho, Carlota Joaquina, Navalha na Carne e Policarpo Quaresma. Curti demais Central do Brasil, com a nossa esplendorosa Diva Fernanda Montenegro. Até recordei uma fase de minha vida; quando morava na roça, fui escrevedor de cartas, não como um trabalho informal, mas para ajudar as pessoas a se comunicarem.

O cinema é lazer, fascinação e sobretudo cultura.

Hoje não mais assisto filmes na tela grande. Fico nos DVDs, por enquanto.

Lair Estanislau Alves.