Policial

O cano da pistola .40 ainda está quente e ouço somente minha respiração levemente alterada no local. Permaneço parado, alerta. Algum deles ainda pode estar por aqui. Nunca se sabe. Um movimento em falso, denunciando minha localização, e posso ser alvejado.

Férias, mês que vem estarei de férias. Janeiro, praia. Mulheres. Pensar nisso justo agora? Bom sinal, meus nervos estão firmes. Expectativa. Os corpos no chão estão inertes. Pior para eles. Bandido bom é bandido morto. O mar, mulheres de roupa de banho, seios firmes... E a sala no mais completo silêncio.

Ainda tenho cinco tiros. Não é muito. Mas também não é pouco. Tem o outro pente. Só não carrego agora para não fazer barulho. Se ainda tem um deles por aqui, não vai se mexer, ah, não vai. Já sentiram que aqui tem bala na agulha. Deve estar louco de medo. Ou não, vai ver é que nem eu, nervos de aço, que nem a canção do Lupicínio Rodrigues que o meu pai ouvia.

Vai ver deram no pé. Não ficaram para virar presunto. Ano passado, aquele moreninha, Luana. Que farra! Esse ano, repeteco, não quero nem saber. Puta, a bosta do celular tinha de chamar logo agora! Ainda falta um minuto.

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Até sexta que vem, meus 23 fiéis leitores e demais 36 de quando em vez.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

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(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Em 2015 talvez eu dê um jeito nisso... Mas acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013.)

Antônio Bacamarte
Enviado por Antônio Bacamarte em 15/05/2015
Reeditado em 24/05/2015
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