PÁTRIA AMADA, BRASIL!

PÁTRIA AMADA, BRASIL!!!

Quando era criança o maior sucesso da minha pequena cidade de Paraguaçu Paulista, escondidinha lá no interior de S.Paulo, pelos idos anos de 1960, era nos fazer sentir como se o dia 07 de setembro fosse o dia mais importante da História do Brasil .

Já com meus seis anos de vida, no jardim da infância, me preparei para desfilar gloriosamente, pela primeira vez naquela parada que significava uma das maiores festas que a cidade fazia.

Todos se aglomeravam perto do Colégio. As crianças partiam do Grupo Escolar, e eram as primeiras a abrir o desfile. Lembro-me que quiseram me colocar vestida de bailarina para fazer “estrelas” no meio da avenida. Ninguém fazia estrela melhor do que eu.

No colégio todo havia competição para ver quem era a melhor, e com 6 anos já superava todas as outras meninas neste quesito. Treinei bastante para fazer bonito, e no dia da parada fui impedida de descer a avenida pelo meu pai, que não permitiu que me vestissem de bailarina.

Fiquei completamente decepcionada. Que mal poderia haver em uma criança estar vestida de bailarina? Mas meu pai, rígido e duro , não abria mão de que educação começa na infância. Eu não desceria a avenida vestida com aquela roupa. Fui obrigada a vestir o uniforme, e com os olhos cheios de lágrimas, dar o meu momento à menina que conseguiu o 2º lugar.

Durante vários anos em que fui crescendo, participei dos desfiles de 7 de setembro, mas nunca mais me atrevi a tentar ser destaque de nada, mesmo em outros sentidos, procurava não aparecer, como se aquela primeira frustração tivesse me marcado. Hoje consigo entender que estas coisas nos bloqueiam, e as levamos para a vida.

Era lindo! A fanfarra, que ensaiava quase seis meses antes, afiadinha, fazia a batida da marcha, e o que eu mais gostava era dos repiques. Nós alunos, marcávamos -Um, Dois,imponentes, com o maior orgulho.como se também fossemos soldadinhos.

Já no ginásio, entendia melhor o significado da palavra Independência. Quando se entra na adolescência, tendo uma infância completamente tolhida, a primeira coisa que nos vem à mente é ter independência. A mesma independência que fez o Brasil livre de Portugal, começava agora a tomar-me a mente. Quando eu crescer mais, vou para uma cidade grande estudar. Deus foi me encaminhando para o meu sonho, e consegui passar de primeira no vestibular em Belo Horizonte, onde moro até hoje. E fui!

Hoje não vejo mais paradas de 7 de setembro. Não existe a mesma graça.

Com a corrupção correndo solta pelo país, percebe-se que diminuiu na população o sentimento de nacionalidade, de orgulho à Pátria. O PATRIOTISMO deu lugar ao conformismo e à vergonha, pois aqueles que deveriam representá-la, mancharam o verde e louro da nossa bandeira. É necessário que este sentimento desperte na população novamente para que possamos cortar o mal pela raiz.

Precisamos voltar a pensar realmente nas palavras de orgulho escritas no nosso Hino Nacional, que nos fazia verter lágrimas ao cantá-lo na escola:-“ ENTRE OUTRAS MIL ÉS TU BRASIL Ó PÁTRIA AMADA/ DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA BRASIL!”

NEUZA MARIA SPÍNOLA – BELO HORIZONTE

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Neuza Maria Spínola
Enviado por Neuza Maria Spínola em 13/06/2007
Reeditado em 18/05/2016
Código do texto: T524665
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