Crônica inacabada, pela metade e sem nexo – sobre a morte

Trazemos da infância uma cultura da eternidade de sentimentos, presenças inestimáveis e duradouras, mas o cotidiano nem sempre é assim...

Alguns chegam, faz morada e quando menos esperamos, somem sem deixar vestígios.

Estranho como o tempo passa e tudo muda na vida, o cheiro gostoso da casa da minha vó com aquele cafezinho moído na hora, sua simplicidade sempre irá provocar saudades e aperto no coração.

De repente, respiração se esvai, músculos rijos e nada mais há de fazer e o que resta? Sepultar e enterrar? Bem estranho colocar alguém numa caixa, enfiar terra abaixo e deixar lá, na eterna escuridão. Sempre esquecido por muitos e lembrado por poucos.

Não entendo e possivelmente nunca conseguirei entender a razão de contar piadas em um velório. Como diz o ditado “Só Deus sabe!”. Talvez nem ele, e na pior das ocasiões, uma única necessidade do humor num momento tão impar.

“Bem, todos morrem um dia, é simples matemática. Nada de novo. A espera é que é um problema.” - Charles Bukowski

Goianésia, 15 de março de 2015.

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 08/06/2015
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