Já falei sobre o feijão que meu pai preparava, o cai duro.
 
Era um feijão muito prático, sem burocracia. Contando com ingredientes básicos, jamais esquecendo o saboroso charque, painho mandava ver.
No primeiro dia a gente levava um grande susto, mas, na segunda vez, dava vontade até de repetir.
 
Talvez inspirado no cai duro, resolvi cozinhar o engole rápido.
Sempre cozinho nos domingos. Comprei feijão, arroz, extrato de tomate, um pedacinho de charque, bacon, porém não lembrei do trio maravilha (tomate, cebola e pimentão).
Na geladeira tinha somente pimentão.
 
Não desisti, contudo meu feijão usa bastante tomate. Se o querido item não veio, ficou difícil realizar um milagre.
Finalizei a comida, provei e aprovei. Não estava espetacular, entretanto, engolindo rápido, o estômago aceitou numa boa.
 
* Nem cai duro nem engole rápido, indo a um restaurante claro que nós esperamos comidas verdadeiramente gostosas.
 
Os restaurantes do meu bairro costumam me frustrar.
Um dia desses eu comentei com um amigo que queria comida caseira, sugeri um lugar popular, uma espécie de barzinho o qual serve almoços.
Ele já conhecia o lugar, na hora marcada apareceu cabisbaixo.
 
Puxei conversa tentando entender tamanha tristeza.
_ Lá não tem cai duro, Ilmar.
_ Poderia ser o engole rápido.
_ Também não tem engole rápido.
_ Que apelido você ofereceria ao feijão?
_ Eu diria que lá rola o assusta estômago.
 
Assustado eu não topei conhecer o assusta estômago. Decidimos, então, almoçar hambúrguer, batata frita e coca-cola.
Imagino que foi uma excelente solução.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 16/06/2015
Reeditado em 16/06/2015
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