Numa Boa , e Sem Exageros
 
Numa boa, e sem exagero da minha parte. Você já traçou o perfil de algum companheiro, ou simplesmente estranhou essa pesquisa em que somos convidados por debaixo dos panos a falar de quem esta perto de nós para o patrão?... Pois então, eu recebi faz pouco tempo este convite, falar de alguém que pouco conheço, e muito mal sei o seu nome, e tampouco qual o seu inho , ou zinho , ou de qual maneira tratá-lo. Pessoas que estão mais a frente de nós tem nos estranhado enquanto estamos no mesmo barco, correndo os mesmos riscos de deixa-los a deriva, ou mesmo nos conscientizar que este está prestes a afundar depois de tanto ter sofrido com isto ou aquilo.
Não  faz muito tempo num passado não tão remoto algumas cabeças rolaram para longe desta. Confesso que eu já senti a mesma vontade de estar bem longe do que vejo a minha frente. Mas de tanto tirarem dela eu não consegui desafogar nenhum jacaré, muitas vezes vi que meus companheiros conseguiam pra si um pouco destes por debaixo dos panos, enquanto a cortina não caia, e supostamente deflagra nova greve para todos que aqui copiam. Então porque analisar, traçar numa folha de papel o perfil de alguém, ou o comportamento de quem se encontra ao meu lado? Será que é este o direito que tenho? Ir para uma arena pelear com outro que tem a mesma ciência que eu?  Creio que nessa relação de empregados e empresa existe outro método que faça com que não troquemos o certo pelo duvidoso. Sem trocarmos em miúdos, cito Henrique Dias, analisando os demais desta maneira:

Meus senhores holandeses. Meu camarada, o Camarão, não está aqui; mas eu respondo por ambos. Saibam Vossas Mercês que Pernambuco é Pátria dele e minha Pátria, e que já não podemos sofrer tanta ausência dela. Aqui haveremos de perdoar as vidas, ou havemos de deixar Vossas Mercês fora dela. E ainda que o Governador e Sua Majestade nos mandem retirar para a Bahia, primeiro que o façamos havemos de responder-lhes, e dar-lhes as razões que temos para não desistir desta guerra.
Esta guerra que nos fala Henrique Dias fora árdua, e tampouco se compare as quais passamos. Tanto que de forma alguma merece que nos digladiemos para tirarmos o pão da boca de alguém, o moído gostoso de nossos filhos. E façamos com que o bem se manifeste dentre nós de maneira inteligente e sabia contorne este momento. Pois, porque os leões querem que pobres animaizinhos declarem guerra?... Não irei cavar minha própria sepultura nem do meu companheiro se muito ainda tenho dignamente para a esta dar. Vê-la então mais prazerosa mostrando o sabor da vitória para seus filhos que por aqui ficam.
Pra mim, já passo dos trinta anos, e continuo firme e forte dialogando, me comunicando , fazendo de repente a cabeça do leão, a cada dia que idealizo mais. Deixemos então que o mar flua de almirante, e que então possamos respirar o mesmo ar.