Soldados de chumbo e a pátria do medo.

SOLDADOS DE CHUMBO E A PÁTRIA DO MEDO.

Enquanto as nuvens navegam esquecidas no céu, somos esquecidos aqui nesta terra de ninguém. As angústias e os sofrimentos se avolumam a cada dia, dor sobre dor, aflição após aflição, em um interminável circulo de sofrimento.

As altas esferas governamentais de nosso país esqueceram-se de olhar para frente, e começou a enxergar só seus próprios umbigos, buscando em seus cargos políticos interesses que só a eles interessam. Muitos pensam que estes acontecimentos sejam prenuncio do fim, talvez seja mesmo o nosso apocalipse, de certa forma estamos na beira do abismo, e não notamos que estamos prestes a cair, é uma questão de tempo, para que os soldados de chumbo sucumbam ladeira abaixo, dizendo adeus a pátria do medo.

Enquanto as nuvens continuam a navegar errantes no oceano imenso deste céu, meus pensamentos vagam esquecidos nas desertas estradas da minha mente. Meu coração cheio de incertezas e dor, se escondeu por detrás da cortina da solidão, nos meus lábios ficou um sorriso triste.

Estamos na contramão dos nossos desejos, dos nossos planos já nem sei mais, a vida neste país se torna confusa e de difícil entendimento, nos sentimos menos humanos a cada dia, e um pouco mais irracionais, escravizados por um sistema totalitário, perdemos o direito de ter direitos, simples assim.

Estamos na terra do nunca, esquecida na América do sul, não somos vistos com bons olhos, existe sempre uma desconfiança por parte das outras nações a nosso respeito, lutamos contra as bestas feras de um sistema falido, um sistema que da sentença sem julgamentos, somos considerados como gado pelos bilionários, um amontoado de almas mortas.

Nossa voz é fraca e inaudível, sussurros nos ouvidos surdos de um Brasil doente, A humanidade nos faz menos humanos, e nossas cidades e estados como bem diz certo livro de um conhecido autor americano, são cidades de papel. A humanidade descarrilhou-se dos trilhos da sabedoria, trocando-a por uma forjada nos calabouços infernais da ignorância.

A humanidade com suas ditaduras suicidas, cheia de homens bombas, e crianças que matam crianças. A humanidade com seus diálogos pacifistas, dizendo para as pessoas serem melhor, mas por detrás das cortinas esconde seus os cadáveres.

A humanidade com seu deus de papel, cheia de homens com seus corações corrompidos, vazio de tudo diante de todos. A humanidade escreve na areia da praia sua história, contando em fábulas os prodígios de seu passado, as suas muitas histórias são mentiras criadas por imbecis, e cada vez que essas mentiras são repetidas, elas viram verdades mentirosas.

A humanidade falida e suas ideias falidas, cheia de homens repletos de nada, caminhando como bêbados em uma ladeira de pedra. A humanidade se perdeu no meio do nada, e o nada se embrenhou no meio da humanidade, somos todos fantoches nas mãos de políticos fantasmas.

A humanidade está corrompida e cheia de chagas, feridas sendo tratadas por almas desvalidas, em lugares sombrios, a que chamam de hospitais. A humanidade tão desumana, destruidora de vidas e sonhos, estamos à beira do precipício, com uma corda no pescoço, afinal, somos todos soldados de chumbo na pátria do medo.

Tiago Pena
Enviado por Tiago Pena em 29/06/2015
Código do texto: T5293838
Classificação de conteúdo: seguro