Dia Internacional do Rock - Uma Breve História e Impressões para o Futuro

O que posso falar sobre o Dia Internacional do Rock, um gênero que passou por tantas modificações ao longo de quase 60 anos? Que conseguiu ultrapassar as décadas, o modismo e que se transformou ao longo dos tempos?

No pós-guerra ocorreram as mudanças de valores de uma sociedade ‘careta’ e ‘conservadora’ para uma vontade maior de se expressar. A chamada geração "Baby-Boom" foi a que definiu os rumos da humanidade nas décadas seguintes.

Uma música que teve origem em uma manifestação negra: o blues. Uma música de lamento aliada ao som das igrejas, o chamado Gospel. Nomes como Chuck Berry, Little Richard e Jerry Lee Lewis deram a tônica nos anos 50 que foi consolidado com a imagem de Elvis Presley.

Na década de 60 foi a vez dos britânicos reinarem absolutos no gênero como The Beatles, The Animals, The Kinks. Até Jimi Hendrix teve que se mudar para a Inglaterra, onde viu grande aceitação de seu trabalho que influênciou uma nova geração de guitarristas.

Num contexto geral, vivíamos o contexto da Guerra Fria, vermelhos contra azuis, no que também se manifestou na Guerra do Vietnã. Muitos foram porta-vozes acerca da guerra como Bob Dylan. O Festival de Woodstock foi a concretização da utopia dos jovens em relação a um mundo de paz, amor e Rock’n’Roll!

Início da década de 70 e fim dos Beatles, deixando os fãs sem rumos. A Disco Music dominava as paradas de sucesso e parecia que o rock estava no fim. Até que vimos o quanto o rock pode se adaptar independente das situações. Vivemos de experiências que foram desde as mais virtuosas, do chamado Rock Progressivo, cujos nomes de maior relevância foram Emerson, Lake and Palmer, Yes, Pink Floyd e Genesis até coisas mais cruas como foi o Punk Rock. O chamado Hard Rock mostrou as suas caras, através de nomes como Led Zeppelin, Deep Purple (que mostrava uma virtuosidade sem tamanha) até o sombrio Black Sabbath, apontando para um a época distinta daquilo mostrado pela discoteca, que algo estava errado e que os demônios povoavam este mundo.

O Punk Rock mostrou que para você ser um músico, não precisava ser um virtuose, pois apenas com três acordes as possibilidades eram infinitas.

Nos anos 80 parecia que o futuro estava em nossas portas, isso se refletiu na música que exibiam sintetizadores de forma até exagerada. O New Wave se fundiu com o Punk gerando o Post-Punk. Isso numa aparência mais "dark" no que se refletiu os góticos de então.

O Heavy Metal se consolidou como mais uma ramificação, no qual os fãs tinham uma relação quase religiosa com o gênero. Vide os fãs de Manowar que até hoje esbravejam ‘’Death to False Metal’’. Iron Maiden, Metallica, Motorhead e Judas Priest (que já existia nos 70, mas foi nos 80 que realmente assumiram uma postura ‘metálica’) estimularam o surgimento de diversas bandas pelo mundo afora graças a filosofia do DIY(Do it Yourself) proposta anos antes pelos punks.

Depois, o que vimos foi o gênero ser mais diluído de estilos mais eletrônicos até a mistura de culturas regionalísticas. Fica até difícil saber o que é ou não é mais rock.

Num geral, os jovens atualmente não tem o porquê se revoltarem, possuem tudo fácil. Estão interligados pela internet pelos seus laptops ou Iphones. Baixam discografias inteiras de suas bandas favoritas. Vivemos em um novo contexto, diferente daquele vivido por nossos pais em que o medo de uma bomba nuclear cair sob nossas cabeças era algo constante. O que restou foi o choro sentimental-juvenil-piegas.

Mas nem tudo está perdido. Como disse o jornalista e ex-VJ da MTV Fábio Massari: "Enquanto houver um jovem com uma guitarra numa garagem, o espírito do Rock permanecerá vivo’’.

Roberto Panoff
Enviado por Roberto Panoff em 13/07/2015
Reeditado em 14/07/2015
Código do texto: T5309846
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.