Chuva dentro do quarto

Deve passar da milesima vez que eu durmo chorando por tua causa, minhas lagrimas só caminham nosso caminho, nenhum outro. Passa da milesima vez a tentativa de te fazer gostar de mim tanto assim, por acreditar que não seja possivel o tempo me arrastar por uma estrada tão longa assim. Vai embora. Por favor. Não quero mais que fique, não quero mais me atrasar pra dormir por não ter ar. Odeio como me faz sentir infantil e fraca, odeio como me torna tão inferior. Ninguém me retrata assim, por que você? Por que diz me amar se me enfraquece? E sabe. Sabe o quão cinza me torna. Sabe o quão vazia me deixa. E o que sobro para quem me quer, são lascas que cortam, e machucam... E eu não quero! Para de proibir a minha vida... E dessa vez juro que não estou brigando, só pedindo. E peço tão encolhida e mal enxergo o teclado, e mais uma vez você diz que errei. Meu erro foi deixar você me ocupar tão por inteiro assim. Quero que enxergues nublado como eu. Quero que aperte o peito com as duas mãos implorando pra que bata depois de ouvir um sotaque parecido com o meu. Quero que durma com medo de me perder de vista pra sempre. Quero que percorra a rua a procurar-me e então só achará partes minhas. Jamais me encontrará de novo, até ser eu. E quando for eu a avistar, espero querer apertar outra mão. Mas caso eu corra até você, se por uma vez sentir algo bom por mim no peito, não me peça pra ficar. Se houver algum respeito a mim, não me dirija a palavra. Não consigo te lançar ao mar, mas espero que caia. Se me amar de volta, pulo com você, não aguento mais me afogar sozinha e sempre te ver jogar mais agua e uma boia murcha, dizendo querer me salvar. Me deixe te odiar hoje, por favor. Queria morrer, quis muito, hoje quero viver, por você. Pra me mostrar que a vida não te colore em todos os céus, alguns podem brilhar mais em mim do que você. É o que eu espero.