FELIZ DIA DO ESCRITOR - 25 DE JULHO

AOS NOSSOS AUTORES LOCAIS...

Por Dilso José dos Santos

Hoje queremos dedicar estas linhas a nossa literatura. Digo nossa porque tratamos das daqui. Dessas que saem das ‘penas’ de nossos escritores e poetas locais para voarem por alguns horizontes mais distantes. Horizontes que na certa estão quase todos dentro de nós, seus leitores, uma vez que cada lugar, cada tempo, cada versão lida ou exaurida em releituras, sempre ultrapassam quem as criou. Já é sabido, o poeta não é dono do poema. Ele (o poema) pode até ser criatura sua, – pode até ser – mas cresce alimentando-se de vozearias que pertencem a todo mundo e a ninguém, pois não, não há forma mais democrática de disseminar imagens e criar novos mundos do que essa doação trabalhosa chamada escrita, que pode ser maior do que qualquer escritor e menor do que qualquer um dos tempos – visto caber dentro de qualquer medida temporal humana, tempo eternizado pelo instante da leitura.

Sim, todos sabem, o homem perece, envelhece, mas suas palavras rejuvenescem a cada novo empréstimo de vozes quando reorganizadas de acordo com suas vivências mundanas. E eis que temos a mais poderosa de todas as mentiras e o mais barato e silencioso de todos os divertimentos, eis que temos a literatura.

Mas por que dedicamos o espaço de hoje aos nossos? Porque não há como falar do universo sem termos pelo menos um ponto de partida, um azimute, uma forma de achar-se quando nos perdermos no Caos de nossas desmedidas existenciais. Assim, em reverência aos autores daqui, comecemos nossas viagens “abensonhadas” por entre suas letras “reorbagunçadas” pelas leituras de nós para com o mundo, para conosco. Quero dizer que só há leitura se nos deixarmos também sermos lidos pelas obras. Deixemo-nos ler por palavras arrumadas por outros, ajeitadas por outrem e, ao mesmo tempo, multivozeadas por nós quando emprestamos as nossas para povoar qualquer silêncio. Ouçamos nossos autores locais, após, claro, deslocamos e “enloucamos” pelo mundo gigante das palavras de outros mundos. Contudo, nunca podemos nos esquecer dos nossos.

Dilso Santos
Enviado por Dilso Santos em 25/07/2015
Reeditado em 26/07/2015
Código do texto: T5323544
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