Mensagens que edificam - 83

“Razão e Verdade Religiosa”

Aparentemente tudo em conformidade total, mas na realidade um grande abismo separando estas duas possibilidades incompatíveis quando a explicativa da veracidade está anexada à religiosidade. Lendo uma postagem de uma pessoa no Facebook vou aqui fazer um comentário semelhante. Imagine um homem com uma longa ficha criminal, alguém que tenha passado a sua vida inteira estuprando mulheres e meninas, assaltando, roubando e como se não bastasse, barbarizando suas vítimas com as mais terríveis penas cruéis praticadas por quem não vê o semelhante como um ser que deva ser respeitado. Imagine alguém que perdeu as contas de quantas pessoas matou sem dó e piedade, alguém que cometeu todo tipo de atrocidades. Um dia a justiça consegue detê-lo, e este alguém por viver num país onde a pena de morte para estes crimes é aplicável, ele então vai para o corredor da morte. No dia da sentença que é a cadeira elétrica, ele tem o direito de falar com um pastor, um padre ou outro lider religioso, neste caso foi um pastor, e naqueles minutos que antecedem sua morte o criminoso declara aceitar a Jesus como salvador, e na crença que é peculiar ao cristianismo protestante faço uma pergunta: para onde você acha que dirão que a sua alma foi? Para o céu ou para o inferno?

Do outro lado da história há um homem que teve uma infância pobre, cresceu ao lado do pai passando a maior parte do tempo trabalhando o que lhe moldou um caráter de homem compromissado com as responsabilidades. Na adolescência e na juventude foi um exemplo de bom filho, nunca se envolveu em confusões, nunca teve vícios nem praticou nada que pudesse denegrir a imagem da família e a sua própria imagem, foi um aluno exemplar nas escolas por onde andou e assim chegou a idade adulta, quando se casou e constituiu uma bela família. Para os filhos, mais do que um pai, um herói. Para a esposa, o marido perfeito, o homem que toda mulher gostaria de ter. Fiel e cumpridor de suas obrigações familiares era respeitado pelos vizinhos e por toda a comunidade. A sua fama de bom homem ficava por onde passava. Apenas um detalhe, este homem nunca se rendeu aos apelos religiosos e nas poucas vezes que foi à uma igreja evangélica próxima de sua casa nunca se dobrou ao apelo de aceitar a Jesus como salvador de sua alma. Na concepção deste homem, ele não tinha que se arrepender de nada, afinal não devia nada a ninguém e levava uma vida pacata em que a sua dedicação era total para a sua amada mulher e seus três filhos. E assim foi até que um dia ao dirigir-se para o trabalho, numa manhã de muito nevoeiro seu carro foi tragado por um grande caminhão que atravessou a pista e embateu contra o seu veículo matando-o na hora. No velório, praticamente a cidade inteira compareceu, inclusive o pastor da igreja perto da sua casa. Foi inevitável que a mulher deste homem não ouvisse num dado momento flagrante, o referido pastor dizendo a outra pessoa de sua igreja: é uma pena que ele morreu sem aceitar a Jesus, oportunidade não faltou e eu tenho minha consciência tranquila. A mulher chegou mais perto e indagou: o que o senhor está querendo dizer com isto? O senhor disse “é uma pena”... o que quer dizer com isto? Vamos diga? E o pastor disse: senhora, a bíblia nos aponta apenas um caminho para o céu e o seu marido nunca aceitou os apelos que fizemos, naturalmente que à luz das escrituras ele morreu sem salvação, e...

O bandido, na concepção religiosa, foi para o céu, e o bom homem foi para o inferno.

E agora eu pergunto à você: existe razão na verdade religiosa???

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 26/07/2015
Reeditado em 27/07/2015
Código do texto: T5324476
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