Um amor para cada signo

Quando conheci Amélia não imaginava que seria assim.

Tirou tudo que tinha, me sugou até o fim.

Me provocava no bar, e em cada esquina.

Se sexo fosse um crime, com certeza ela seria uma assassina.

Não gostava de conversar, só de fazer amor, na cama era divino,

mas sua fidelidade um horror.

Se julgava apaixonada, para mim não faltava mais nada.

Até o dia em que num barco subiu Sebastião, e Amélia foi atrás de sua grande paixão.

Não me importei com as ferroadas, afinal, de escorpião não se espera mesmo nada.

Em seguida namorei Rita, meu Deus, como era bonita.

Escrevia poesias na luz do luar, sonhava até em se casar.

Me apresentou para seus pais e me contou seus desejos mais banais.

Quase nunca mudava de ideia, comecei a delirar que iria pedir a mão dela.

Foi então que para o trabalho precisei viajar, e Rita se pôs a chorar.

Mimada que só ela, bateu o pé no chão e gritou:

"Pois pode ir, mas também vou."

Com capricórnio não dá para se discutir,

arrumei as malas e me forcei a partir.

Pena que Rita não pôde ir.

Um ano depois encontrei minha ex, Raquel, e já fomos direto para o motel.

Conversamos durante toda a madrugada,

comecei a pensar que ela poderia ter sido a pessoa certa na hora errada.

Seu beijo me engolia, seu olhar me rendia e já estava pronto para

pedir que em sua vida, eu lhe fizesse companhia.

Semana depois, em um jantar para dois,

Raquel me viu olhar para a mesa ao lado, e disparou a berrar

que eu era um safado.

Mudado não havia nada, continuava sempre irritada, sentimental e impulsiva.

Deveria ter imaginado, nessa vida, com uma pessoa de áries

não se deve criar expectativa.

Meu relacionamento com Olivia se iniciou na Bolívia.

Viajamos o país inteiro, ela jurava que eu era o seu primeiro.

Sempre alegre e feliz, um pouco brava, mas sabia o que diz.

Conversava sobre diversos assuntos, e pensamos até em morar juntos.

Engano o meu.

Um dia Olivia apareceu, estava tão confusa que até confusão me deu.

Contou que não sabia o que faria, mas de manhã estava indo morar na Bahia.

Tinha a alma em libra, e sempre foi de ter mistérios.

Depois de uma libriana, a gente costuma aumentar o critério.

Houve o dia em que não havia mais nenhuma mulher em minha cama, logo mais conheci Ana.

Quase não falava de si, era um orgulho que nunca vi.

Se irritava com tudo, gritava e esperneava, com essa pensei: Jamais que eu casava.

Ana era animada, ia para festas e lá que se sentia amada.

Sabia que não era o seu primeiro, tampouco o terceiro, mas por um tempo foi ela que me fez inteiro.

Sensível que ninguém entende, não foi por muito tempo que fiquei contente.

Como é cruel a personalidade de câncer, estando bem ou mal,

elas só querem mesmo é romance.

Me surgiu então Helena, com ela não havia nenhum problema.

Sempre jovem e sorridente, dizia que era eu o seu melhor pretendente.

Do sexo nunca reclamei, me trazia presentes e me tratava como um rei.

Sempre engraçada e disposta, meus amigos tinham até medo de que um dia, ela me desse as costas.

Três anos depois descobri: Helena era casada e durante todo esse tempo conseguiu encobrir.

Nem sequer sabia que Helena sabia mentir.

Leonina que dava dó, não conseguia ficar só.

Um belo dia desapareceu, e quem ficou só, foi eu.

Noélia era uma mulher diferente, a única que conseguia me deixar contente.

Inteligente e sagaz, com ela sempre me sentia um pobre rapaz.

Jogava comigo com palavras, me deixava no chão,

e quando menos esperava, Noélia voltava jurando paixão.

Organizada e carente, para não bagunçar a cama, era no sofá que nós rolávamos assiduamente.

Houve a vez que deixei a toalha molhada no colchão, fui obrigado a ouvir um festival de palavrão.

Com esta, parti sorrindo, ela era de virgem, e eu apenas segui meu destino.

Forte e destemida, deixei que Noélia fosse apenas um passado na minha vida.

Por um tempo fui amante de Catarina, como era incrível aquela menina.

De hora em hora queria sair, mesmo se não tinha pr'onde ir.

Dizia que seu marido não a amava, e era por isso que Catarina me procurava.

Gostava do cheiro de seus cabelos, era isso que me tomava por inteiro.

Em um final de semana fomos para a praia, no outros planejávamos férias no Himalaia.

Nunca conseguimos nos amar, pois sabíamos que não iria durar.

Minha eterna aquariana, até o dia em que seu marido nos pegou na cama.

Um tiro ele deu em sua cabeça, e por Deus, antes que Catarina enlouqueça,

sai correndo pela porta da frente, sem sequer pensar em deixar remetente.

Geórgia gostava de ler, foi na livraria que conseguimos nos conhecer.

Era bem mais nova, não nego, mas em questão de maturidade, me deixava no chinelo.

Tímida e calada, não conseguia decidir quase nada.

Quando fazia propostas de sair, nunca sabia se realmente queria ir.

Contudo, quando estava em sua companhia, de tão linda, era de orgulho que me enchia.

Sua indecisão me irritava, e era paciência que me faltava.

Era de peixes, mas vivia no ar, mal sei como passou na faculdade em primeiro lugar.

Foi morar fora e me largou na sarjeta, e lá se foi outro amor perdido na gaveta.

Já Gabriela era de veneta, jamais soube o que se passava em sua cabeça.

Em um dia queria me amar no mar, no outro estava prestes a me matar.

Me contava de todos seus relacionamentos, sem saber se iria magoar os meus sentimentos.

Excelente de sexo e prosa, para ela sempre levava meu melhor abraço e rosas.

Queria ser do mundo, e não parava de sonhar alto por um segundo.

Nossas brigas e discussões sempre foram sem sentido, sentia que para ela, talvez eu fosse um amigo.

Me largou sem deixar cartas, telefonemas ou bilhetes na geladeira, até achei que fosse brincadeira.

Era de gêmeos e nunca sequer conheci o seu outro lado, quem sabe foi isso que me deixou tão revoltado.

Louise foi a minha última ilusão,

não achava que poderia existir alguém tão pé no chão.

Na frente dos seus pais não podia beijar,

dentro do meu carro só faltava me sufocar.

Conversava o dia todo sobre os vizinhos,

e se precisasse sair, não poderia ir sozinho.

Dizia que iria me curar dos antigos amores, e se precisasse, sentiria minhas dores.

Não gostava de se aventurar, e era isso o que me fez repensar.

Um dia peguei minhas coisas e fui-me embora, achei que havia chegado a hora.

Não poderia ficar com alguém tão pacato e sensível, meus antigos amores me fizeram um ser desprezível.

Sabia que não se podia fazer sofrer uma taurina, mas não conseguia viver em um mundo sem adrenalina.

Quando me apareceu Manoela, estava sentado na praça alimentando os pombos, sem poesia alguma, sem ninguém ao meu encontro.

Contou-me que tinha cinco passarinhos, e estava pensando em adotar outro canarinho.

Fomos morar juntos após três anos de relacionamento,

meus cabelos brancos começaram a aparecer neste momento.

Pensava demais, sobre tudo, sobre todos. Não conseguia responder uma pergunta na mesma hora: "Preciso refletir." Quase sentia que estava me dando um fora.

Com ela não havia problema, foi com Manoela que vivi minha história de amor de cinema.

Em fim posso parar de falar no passado, pois é com uma sagitariana, que nunca mais senti meu coração amargurado.